"Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham a noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis". Lawrence da Arábia

segunda-feira, 26 de julho de 2010

República Árabe do Egito

O Egito (português brasileiro) ou Egipto (português europeu), em em árabe: مصر, transl. ‎Miṣr, nome oficial: República Árabe do Egito, é um país do norte da África que inclui também a Península do Sinai, na Ásia, o que o torna um Estado Transcontinental.

Com uma área de cerca de 1.001.450 km², o Egito limita a oeste com a Líbia, ao sul com o Sudão e a leste com a Faixa de Gaza e Israel. O litoral norte é banhado pelo mar Mediterrâneo e o litoral oriental pelo mar Vermelho. A Península do Sinai é banhada pelos golfos de Suez e de Acaba. A sua capital é a cidade do Cairo.

O Egito é um dos países mais populosos de África. A grande maioria da população, estimada em 80 milhões de habitantes (2007), vive nas margens do rio Nilo, praticamente a única área não desértica do país, com cerca de 40.000 kmª. Os desertos — o da Líbia, a oeste, o Oriental ou Arábico, a leste, ambos parte do Saara, e o do Sinai, na Península da Arábia — têm muito pouca população. Cerca de metade da população egípcia vive nos centros urbanos, em especial no Cairo, em Alexandria e nas outras grandes cidades do Delta do Nilo, de maior densidade demográfica.

O país é conhecido pela sua antiga civilização e por alguns dos monumentos mais famosos do mundo, como as pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge. Ao sul, a cidade de Luxor abriga diversos sítios antigos, como o templo de Karnak e o Vale dos Reis. O Egito é reconhecido como um país político e culturalmente importante do Médio Oriente e do Norte de África.

Os gentílicos para o país são "egípcio", "egipciano" e "egipcíaco", embora as últimas formas raramente sejam usadas.

Etimologia

Um dos antigos nomes egípcios para o país, Kemet (kṃt), ou "terra negra" (de kem, "negro"), advém do solo fértil negro depositado pelas cheias do Nilo, distinto da "terra vermelha" (dechret, dšṛt) do deserto. O nome passou às formas kīmi e kīmə na fase copta da língua egípcia e aparece no grego primitivo como Χημία (Khēmía). Outro nome era ta-mry ("terra da ribeira"). Os nomes do Alto e do Baixo Egito eram Ta-Sheme'aw, "terra da junça", e Ta-Mehew "terra do norte", respectivamente.

Miṣr, o nome árabe moderno e oficial para o país, é de origem semita, diretamente relacionado com outros termos semíticos para o Egito, como o hebraico מִצְרַיִם (Mizraim), literalmente "os dois estreitos" (referência ao Alto e Baixo Egitos). A palavra possuía originalmente a conotação de "metrópole" ou "civilização" e também significa "país" ou "terra de fronteira".

O termo português "Egito" deriva do grego antigo Αίγυπτος (Aígyptos), por meio do latim Aegyptus, e já era registado no vernáculo no século XIII. A forma grega, por sua vez, advém do egípcio Ha-K-Phtah, "morada de Ptá", denominação de Mênfis, capital do Antigo Império.

História

Os vestígios de ocupação humana no vale do Nilo desde o Paleolítico assumem a forma de artefatos e petróglifos em formações rochosas ao longo do rio e nos oásis. No décimo milénio a.C., uma cultura de caçadores-recoletores e de pescadores substituiu outra, de moagem de grãos. Em torno de 8 000 a.C., mudanças climáticas ou o abuso de pastagens começou a ressequir as terras pastoris do Egito, de modo a formar o Saara. Povos tribais migraram para o Vale do Nilo, onde desenvolveram uma economia agrícola sedentária e uma sociedade mais centralizada.

Por volta de 6.000 a.C., a agricultura organizada e a construção de grandes edifícios havia surgido no Vale do Nilo. Durante o Neolítico, diversas culturas pré-dinásticas desenvolveram-se de maneira independente no Alto e no Baixo Egito. A cultura badariense e a sua sucessora, a nagadiense, são consideradas as precursoras da civilização egípcia dinástica. O sítio mais antigo conhecido no Baixo Egito, Merimda, antecede os badarienses em cerca de setecentos anos. As comunidades do Baixo e do Alto Egitos coexistiram por mais de dois mil anos, mantendo-se como culturas separadas, mas com contatos comerciais frequentes. Os primeiros exemplos de inscrições hieroglíficas egípcias apareceram no período pré-dinástico, em artefatos de cerâmica de Nagada III datados de cerca de 3.200 a.C.

Cerca de 3.150 a.C., o Rei Mena (ou Menés) fundou um reino unificado e estabeleceu a primeira de uma sequência de dinastias que governaria o Egito pelos três milênios seguintes. Posteriormente, os egípcios passaram a referir-se à seu país unificado com o termo tawy, "duas terras" e, em seguida, kemet (kīmi, em copta), "terra negra". A cultura egípcia floresceu durante este longo período e manteve traços distintos na religião, arte, língua e costumes. Às duas primeiras dinastias do Egito unificado seguiram-se o período do Império Antigo (2.700 a.C. - 2.200 a.C.), famoso pelas pirâmides, em especial a pirâmide de Djoser (III Dinastia) e as pirâmides de Gizé (IV Dinastia).

O Primeiro Período Intermédio foi uma época de distúrbios que durou cerca de 150 anos. Mas as cheias mais vigorosas do Nilo e a estabilização do governo trouxeram prosperidade ao país no Império Médio (2.040 a.C.), que atingiu o zénite durante o reinado do Faraó Amenemhat III. Um segundo período de desunião prenunciou a chegada da primeira dinastia estrangeira a governar o Egito, a dos hicsos semitas. Estes invasores tomaram grande parte do Baixo Egito por volta de 1.650 a.C. e fundaram uma nova capital, em Aváris. Foram expulsos por uma força do Alto Egito chefiada por Amósis I, quem fundou a XVIII Dinastia e transferiu a capital de Mênfis para Tebas, a atual Luxor.

O Império Novo (1.550 a.C. - 1.070 a.C.) teve início com a XVIII Dinastia e marcou a ascensão do Egito como potência internacional que, no seu auge, se expandiu para o sul até Jebel Barkal, na Núbia, e incluía partes do Levante, no leste. Alguns dos faraós mais conhecidos pertencem a este período, como Hatchepsut, Tutmés III, Akhenaton e sua mulher Nefertiti, Tutankhamon e Ramsés II. A primeira expressão do monoteísmo é desta época, com o atonismo. O país foi posteriormente invadido por líbios, núbios e assírios, mas terminou por expulsá-los a todos.

A XXX Dinastia foi a última de origem nativa a governar o país durante a Era dos Faraós. O último faraó nativo, Nectanebo II, foi derrotado pelos persas aqueménidas em 343 a.C. Posteriormente, o Egito foi conquistado pelos gregos e, em seguida, pelos romanos, num total de mais de dois mil anos de controle estrangeiro.

O cristianismo foi trazido ao Egito por São Marcos no primeiro século da Era Cristã. O reinado de Diocleciano marcou a transição entre os Impérios Romano e Bizantino no país, quando um grande número de cristãos foi perseguido. Naquela altura, o Novo Testamento foi traduzido para a língua egípcia. Após o Concílio de Calcedônia, em 451, uma Igreja Copta Egípcia foi firmemente estabelecida.

Os bizantinos recuperaram o controle do país após uma breve invasão persa no início do século VII, mantendo-o até 639, quando o Egito foi tomado pelos árabes muçulmanos sunitas. Os egípcios começaram então a misturar a sua nova fé com crenças e práticas locais que sobreviveram através do cristianismo copta, o que deu origem a diversas ordens sufistas que existem até hoje. Os governantes muçulmanos eram nomeados pelo Califado Islâmico e mantiveram o controle do país pelos seis séculos seguintes, inclusive durante o período em que o Egito foi a sede do Califado fatímida. Com o fim da dinastia aiúbida, a casta militar turco-circassiana dos mamelucos tomou o poder em 1.250 e continuou a governar até mesmo após a conquista do Egito pelos turcos otomanos em 1.517.

A breve invasão francesa do Egito em 1.798, chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios da Revolução Francesa e tiveram a oportunidade de exercitar o auto-governo. À retirada francesa seguiu-se uma série de guerras civis entre os turcos otomanos, os mamelucos e mercenários albaneses, até que Mehmet Ali, de origem albanesa, tomou o controle do país e foi nomeado vice-rei do Egito pelos otomanos em 1.805. Ali promoveu uma campanha de obras públicas modernizadoras, como projetos de irrigação e reformas agrícolas, bem como uma maior industrialização do país, tarefa continuada e ampliada por seu neto e sucessor, Ismail Paxá.

A Assembleia dos Delegados foi fundada em 1.866 com funções consultivas e veio a influenciar de maneira importante as decisões do governo. A abertura do Canal de Suez pelo Quediva Ismail, em 1.869, tornou o Egito um centro mundial de transporte e comércio, mas fez com que o país contraísse uma pesada dívida junto às potências européias. Como resultado, o Reino Unido tomou o controle do governo egípcio em 1.882para proteger os seus interesses financeiros, em especial os relativos ao canal.

Logo após intervir no país, o Reino Unido enviou tropas para Alexandria e para a zona do canal, aproveitando-se da fraqueza das forças armadas egípcias. Com a derrota do exército egípcio na batalha de Tel el-Kebir, as tropas britânicas alcançaram o Cairo, eliminaram o governo nacionalista e dissolveram as forças armadas do país. Tecnicamente, o Egito permaneceu como uma província otomana até 1.914, quando o Reino Unido derrubou Abbas II, último quediva egípcio, e formalmente declarou o Egito um protetorado seu. Hussein Kamil, tio de Abbas, foi então nomeado sultão do Egito.

Entre 1.882 e 1.906, surgiu um movimento nacionalista que propunha a independência. O Incidente de Dinshaway (em que soldados britânicos abriram fogo contra um grupo de egípcios) levou a oposição egípcia a adotar uma posição mais forte contra a ocupação do país pelo Reino Unido. Fundaram-se os primeiros partidos políticos locais. Após a Primeira Guerra Mundial, Saad Zaghlul e o Partido Wafd chefiaram o movimento nacionalista egípcio, ganhando a maioria da assembléia legislativa local. Quando os britânicos exilaram Zaghlul e seus correligionários para Malta em 8 de Março de 1.919, o país levantou-se na primeira revolta de sua história moderna. As constantes rebeliões por todo o país levaram o Reino Unido a proclamar, unilateralmente, a independência do Egito, em 22 de Fevereiro de 1922.

O novo governo egípcio promulgou uma constituição em 1.923, com base num sistema parlamentarista representativo. Saad Zaghlul foi eleito para o cargo de primeiro-ministro pelo voto popular, em 1.924. Em 1.936, foi assinado o tratado anglo-egípcio, pelo qual o Reino Unido se comprometia a defender o Egito e recebia o direito de manter tropas no Canal de Suez. A continuidade da ingerência britânica no país e o aumento do envolvimento do rei do Egito na política levaram à queda da monarquia e à dissolução do parlamento, por meio de um golpe militar conhecido como a Revolução de 1.952. Este "Movimento dos Oficiais Livres" forçou o Rei Faruk a abdicar em favor do seu filho Fuad.

A República do Egito foi proclamada em 18 de Junho de 1.953, presidida pelo General Muhammad Naguib. Em 1.954, Gamal Abdel Nasser — o verdadeiro arquiteto do movimento de 1.952 — forçou Naguib a renunciar, colocando-o em prisão domiciliária. Nasser assumiu a presidência e declarou a total independência do Egito com relação ao Reino Unido, em 18 de Junho de 1.956, com a conclusão da retirada das tropas britânicas. Em 26 de Julho daquele ano, nacionalizou o Canal de Suez, deflagrando a chamada Crise do Suez.

Nasser faleceu em 1.970, três anos após a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel invadiu e ocupou a Península do Sinai. Sucedeu-o Anwar Al Sadat, que afastou o país da União Soviética e o aproximou dos Estados Unidos, expulsando os conselheiros soviéticos em 1.972. Promoveu uma reforma econômica chamada "Infitá" e suprimiu de maneira violenta tanto a oposição política quanto a religiosa.

Em 1.973, o Egito, juntamente com a Síria, deflagrou a Guerra de Outubro (ou do Yom Kippur), um ataque-surpresa contra as forças israelitas que ocupavam a Península do Sinai e as colinas de Golã (Síria). Os EUA e a URSS intervieram e chegou-se a um cessar-fogo. Embora não tenha resultado num sucesso militar, a maioria dos historiadores concorda que o conflito representou uma vitória política que lhe permitiu posteriormente recuperar o Sinai em troca da paz com Israel.

A histórica visita de Sadat a Israel, em 1.977, levou ao tratado de paz de 1.979, que estipulava a retirada israelita completa do Sinai. A iniciativa de Sadat causou enorme controvérsia no mundo árabe e provocou a expulsão do Egito da Liga Árabe, embora fosse apoiada pela grande maioria dos egípcios. Um soldado fundamentalista islâmico assassinou Sadat no Cairo, em 1.981. Sucedeu-o Hosni Mubarak. Em 2.003, foi lançado o "Movimento Egípcio pela Mudança", que busca o retorno à democracia e a ampliação das liberdades civis.

Geografia

Com uma área de 1.001.450 km², o Egito é o 29º maior do mundo, um pouco maior do que o Estado Brasileiro do Mato Grosso e duas vezes o território da França. Entretanto, devido à aridez do clima do país, os centros urbanos estão concentrados ao longo do estreito vale do rio Nilo e no Delta do Nilo, razão pela qual 99% da população egípcia usam apenas 5,5% da área total.

O Egito faz fronteira com a Líbia a oeste, o Sudão a sul e Israel e a Faixa de Gaza a nordeste. O país controla o Canal de Suez, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho e, por conseguinte, ao Oceano Índico.

Também pertence ao Egito a Península do Sinai, na Ásia, a qual, ligada ao restante do país pelo istmo de Suez, caracteriza-o como um Estado Transcontinental.

Fora do vale do Nilo, a maior parte do território egípcio é composto por desertos sobretudo rochoso. Nas áreas de areia, os ventos criam dunas que podem ultrapassar 30m de altura. O país inclui uma parte considerável do Deserto da Líbia, o qual faz parte do Saara, a "terra vermelha", como os chamavam os antigos egípcios, que protegia o reino dos faraós de ameaças a oeste. Os outros desertos são o Oriental ou Arábico, que ocupa a faixa entre a margem direita do Nilo e o Mar Vermelho, e o do Sinai, na Península da Arábia.

Além da capital, Cairo, as outras cidades importantes do Egito são Alexandria, Almançora, Assuão, Assiut, El-Mahalla El-Kubra, Gizé, Hurghada, Luxor, Kom Ombo, Safaga, Porto Said, Sharm el Sheikh, Shubra El-Kheima, Suez e Zagazig. Os principais oásis são Bahariya, Dakhla (ou Dakhleh), Farafra, Kharga e Siuá (ou Siwa).

Hidrografia

A grande bacia hidrográfica do país é a do Nilo, cujo curso total, com 6.696 km de extensão, é único a atravessar os desertos do NE africano até atingir o Mediterrâneo. A região do vale do Nilo, situada ao sul de Assuão, é quase desértica. A partir de Assuão, onde se localizam a primeira catarata e a grande represa do mesmo nome, o rio corre num leito estreito (2 a 10 km de largura), atingido sua largura máxima em Kom-Ombo (15Km). Nessa região, o vale é ladeado por uma cadeia de colinas rochosas com altitude média de 300 m. A 5 km ao norte do Cairo, o rio divide-se em dois braços principais, formando um dos delta mais férteis do mundo.

Clima

A precipitação é baixa no Egito, exceto nos meses de inverno nas regiões mais a norte. Ao sul do Cairo, a precipitação média é de apenas cerca de 2 a 5 mm ao ano, em intervalos de muitos anos. Numa faixa estreita do litoral norte, chega a 410 mm, concentrada principalmente entre Outubro e Março. As montanhas do Sinai e algumas cidades litorâneas ao norte, como Damieta, Baltim, Sidi Barrany e, mais raramente, Alexandria, vêem neve.

As temperaturas médias situam-se entre 27 e 32 °C no verão, chegando a 43 °C no litoral do mar Vermelho, e entre 13 e 21 °C no inverno. Um vento constante de noroeste ajuda a baixar a temperatura no litoral mediterrâneo. Outro vento, o Khamsin, sopra do sul na primavera, trazendo areia e poeira, e pode elevar a temperatura no deserto para mais de 38 °C.

Demografia

A população do Egito, concentrada nas margens do Nilo, no Delta e na região próxima ao Canal de Suez, é estimada em 81 milhões de habitantes (2008), o que o faz o segundo mais populoso de África.

A esperança média de vida ao nascer é de 71,85 anos (estimativa de 2008), distribuída em 69,3 anos para os homens e 74,52 anos para as mulheres.

Os egípcios são um grupo étnico resultante da fusão dos descendentes da população autóctone do Antigo Egito com gregos, árabes (a partir do século VII) e turcos.

Cerca de 42% dos egípcios vivem em cidades. As mais populosas são o Cairo (a cidade mais populosa do continente africano com 6.789.000 habitantes, segundo dados de 1.998) e Alexandria (3.328.000 habitantes). Ao longo do século XX verificou-se uma migração das populações rurais para as cidades, o que se traduziu no surgimento nestas de problemas de saneamento básico, poluição e falta de habitações condignas.

Os núbios são um grupo minoritário do país, oriundo de uma região corresponde ao sul do Egito e ao norte do Sudão. Quando as suas terras foram submergidas pelo Lago Nasser, tiveram que mudar-se para Kom Ombo. No século XIX fixaram-se no Egito comunidades estrangeiras compostas por gregos, italianos, britânicos e franceses; desde que se deu a independência do país, estas populações têm diminuído. A outrora ativa e influente comunidade judaica egípcia praticamente desapareceu; alguns judeus visitam o país em ocasiões religiosas.

Religião

A religião maioritária do Egito é o islã sunita, aproximadamente 90% da população. A maior minoria religiosa são os coptas (9% da população). Outras minorias religiosas são os ortodoxos gregos e armênios, tanto católicos quanto protestantes.

Nesta zona viviam os judeus, ainda que em pequeno número de importância econômica. Eles abandonaram o país em 1.956, quando forças armadas de Israel, França e Grã-Bretanha atacaram o Egito.

Em 1.992 começou uma campanha de violência armada, concentrado no Cairo e no Alto Egito, cujo principal objetivo era estabelecer um governo baseado em uma lei islâmica escrita. As principais vítimas da violência foram funcionários governamentais e turistas. A Organização de Direitos Humanos determinou que o governo egípcio parasse a discriminação contra as vítimas. As leis relativas à construção das igrejas e a prática aberta da religião têm recentemente diminuído, mas o importante trabalho de construção nas igrejas ainda requerem a permissão do governo.

Política

Mohammad Hosni Mubarak assumiu a presidência do país em 14 de Outubro de 1.981, após o assassinato de Anwar Sadat, e, em 2.008, estava no seu quinto mandato. Mubarak é o chefe do Partido Democrático Nacional, no poder.

Embora o país seja formalmente uma república semipresidencialista multipartidária, na qual o poder executivo é compartilhado entre o presidente e o primeiro-ministro, na prática o presidente controla o governo e tem sido eleito como candidato único há mais de cinquenta anos. A última eleição presidencial ocorreu em Setembro de 2.005.

Em Fevereiro de 2.005, Mubarak anunciou uma reforma na lei eleitoral, de modo a permitir uma eleição presidencial multipartidária. Entretanto, a nova lei instituiu restrições draconianas para as candidaturas a presidente, impedindo que políticos conhecidos se candidatassem e permitindo a reeleição de Mubarak em Setembro daquele ano. O pleito foi criticado por alegadas acusações de interferência governamental, fraude e violência policial contra manifestantes da oposição. Como resultado, muitos egípcios parecem céticos quanto ao processo de redemocratização, já que menos de 25% dos 32 milhões de eleitores compareceram às urnas em 2.005.

Em 19 de Março de 2.007, o parlamento aprovou 34 emendas constitucionais que proíbem os partidos de usar a religião como base para atividades políticas, autorizam o presidente a dissolver o parlamento e impedem a supervisão judicial das eleições.

O poder legislativo é exercido pela Assembléia Popular, um parlamento unicameral composto por 454 membros. Destes, 444 são eleitos por voto popular para um mandato de cinco anos; os restantes 10 são nomeados pelo Presidente da República. Entre as funções da Assembléia Popular estão: aprovar o orçamento, fixar os impostos e aprovar os programas de governo. Para além da Assembléia, existe um Conselho Consultivo composto por 264 membros, 176 dos quais são eleitos através de voto popular e 88 nomeados pelo Presidente.

Diversas organizações locais e internacionais de direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, criticam o histórico egípcio referente aos direitos humanos. As violações mais sérias incluem tortura, detenções arbitrárias e julgamentos perante tribunais militares e de segurança do Estado. Também há críticas relativas ao estatuto da mulher e das minorias religiosas.

Política Externa

O Egito exerce uma grande influência política na África e no Médio Oriente e as suas instituições intelectuais e islâmicas estão no centro do desenvolvimento social e cultural da região. A sede da Liga Árabe encontra-se no Cairo; tradicionalmente, o secretário-geral da organização é egípcio.

O Egito foi o primeiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel depois da assinatura dos acordos de Camp David, em 1.978.

O ex-vice-primeiro-ministro Boutros Boutros-Ghali foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1.991 e 1.996.

Símbolos Nacionais

A bandeira nacional é composta por 3 faixas horizontais de mesmo tamanho. As faixas são vermelha, branca e preta. A origem dos elementos desta bandeira está no Império Turco-Otomano.

O brasão de armas (em árabe: شعار مصر) é composto por uma águia dourada a olhar para a esquerda (dexter). A "águia de Saladino" ostenta uma inscrição nas suas garras em que o nome do Estado aparece escrito em árabe, Jumhuriyat Misr al-Arabiya ("República Árabe do Egito"). A águia carrega no seu peito um escudo com as cores da bandeira - mas com uma vertical, em vez de uma configuração horizontal.

"Bilady, Bilady, Bilady" (Minha Pátria, Minha Pátria, Minha Pátria) é o hino nacional do Egito, composto por Sayed Darwish.

Economia

A economia do Egito baseia-se principalmente na agricultura, exportações de petróleo e turismo. Mais de três milhões de egípcios trabalham no exterior, em especial na Arábia Saudita, no Golfo Pérsico e na Europa. A construção da barragem de Assuão e do lago Nasser, em 1.971, alterou a influência histórica do rio Nilo sobre a agricultura e a ecologia do país. O rápido crescimento populacional, a quantidade limitada de terra cultivável e a dependência do rio Nilo continuam a sobrecarregar os recursos e a economia.

O governo tem lutado para preparar a economia para o novo milênio, por meio de reformas econômicas e investimentos maciços em comunicações e infra-estrutura física. Desde 1.979, o Egito recebe em média 2,2 milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos. Sua principal fonte de renda, porém, é o turismo, bem como o tráfego do Canal de Suez.

O país dispõe de um mercado de energia desenvolvido e que se baseia no carvão, petróleo, gás natural e hidroelétricas. O nordeste do Sinai possui depósitos de carvão consideráveis, que são explorados à taxa de cerca de 600.000 toneladas ao ano. Produzem-se petróleo e gás nas regiões desérticas a oeste, no Golfo de Suez e no delta do Nilo. As reservas egípcias de gás são enormes, estimadas em mais de 1.100.000 metros cúbicos nos anos 1.990, e o país exporta GLP.

Após um período de estagnação, a economia começou a melhorar, com a adoção de políticas econômicas mais liberais, que se juntaram ao aumento das receitas turísticas e a um mercado de ações em alta. No seu relatório anual, o FMI avaliou o Egito como um dos principais países do mundo a empreender reformas econômicas, que incluem um corte dramático das tarifas de importação. Um novo código tributário, promulgado em 2.005, reduziu de 40% para 20% o imposto de renda das pessoas jurídicas e permitiu aumentar a arrecadação em 100% em 2.006.

A captação de investimento estrangeiro direto (IED) aumentou consideravelmente nos últimos anos, chegando a mais de 6 milhões de dólares em 2.006, devido às medidas de liberalização econômica. Espera-se que o Egito ultrapasse a África do Sul como maior captador africano de IED em 2.007.

Um dos principais obstáculos com que se defronta a economia é a distribuição de renda. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados.

O PIB do Egito alcançou 107.484 milhões de dólares em 2.006. Os principais parceiros comerciais do Egipo são os Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido e a Alemanha.

O Egito está listado entre as economias dos "Próximos Onze".

Cultura

A Cultura do Egito envolve muitas nuances, de acordo com cada período histórico do país.

É impossível falar da cultura do Egito sem antes pagar um justo tributo a um fator natural que foi preponderante para o desenvolvimento da civilização egípcia em uma estreita faixa de terras cercadas por desertos: a água.

O Rio Nilo é a base de tudo. Rio que nasce no coração da África, atravessa o deserto e deságua no Mar Mediterrâneo. Era o Nilo que fornecia a água necessária à sobrevivência e ao plantio no Egito. No período das cheias, as águas do rio Nilo transbordavam o leito normal e inundavam as margens, depositando ali uma camada riquíssima de húmus, aproveitada com sabedoria pelos egípcios para o cultivo tão logo o período de enchentes passava.

A arte egípcia refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do antigo Egito na beira do vale do rio Nilo no Norte de África. Esta manifestação artística teve a sua supremacia na região durante um longo período de tempo, estendendo-se aproximadamente pelos últimos 3.000 anos antes de Cristo e demarcando diferentes épocas que auxiliam na clarificação das diferentes variedades estilísticas adotadas: Período Arcaico, Império Antigo, Império Médio, Império Novo, Época Baixa, Período Ptolemaico e vários períodos intermédios, mais ou menos curtos, que separam as grandes épocas, e que se denotam pela turbulência e obscuridade, tanto social e política como artística. Suas crenças eram tão grandes que eram capazes de mumificar seus deuses. O processo de mumificação era tão complexo, que hoje em dia, por serem tão difíceis, poucos egípcios sabem como mumificar alguém.

Na República Árabe do Egito destaca-se, principalmente a questão de serem politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses.

Progressos

Os egípcios obtiveram notáveis progressos nas artes, nos ofícios e em algumas ciências. Confeccionaram habilmente instrumentos, armas e ornamentos em pedra, cobre e ouro. Com o papiro, criaram uma escrita própria, cujos signos eram conhecidos como hieróglifos.

Desenvolveram um sistema eficiente de irrigação, sanearam terras pantanosas, construíram diques, produziram tecidos de linho de qualidade superior a todos os países e reinados da época. Seu sistema de leis era baseado nos costumes, cercado de grande prestígio que mais tarde se impôs ao próprio faraó.

Os egípcios inventaram ainda o primeiro calendário solar da história da humanidade. Ao que tudo indica, basearam o calendário no reaparecimento anual da estrela Sírius, com a divisão do ano em 12 meses e cada mês subdividido em trinta dias cada. Adicionavam cinco dias de festa ao final de cada ano.

No Egito predominava o turismo, a prostituição e o tráfico de drogas.

Fonte: wikipedia

Nenhum comentário:

Postar um comentário