"Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham a noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis". Lawrence da Arábia

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Música - Kazem El Saher

Saddam Hussein صدام حسين

Saddam Hussein صدام حسين

Saddam Hussein Abd Al-Majid Al-Tikriti, em árabe صدام حسين (Tikrit, 28 de Abril de 1937 — Bagdad, 30 de Dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano, e uma das principais lideranças no mundo árabe. Foi presidente do Iraque no período 1979–2003, acumulando o cargo de primeiro-ministro nos períodos 1979–1991 e 1994–2003.

Biografia
Saddam Hussein nasceu na aldeia Al-Awja, pertencente à cidade muçulmana sunita de Tikrit, situada a 150 quilômetros de Bagdá. Nascido no mesmo lugar que o lendário Saladino e descendente de uma família de camponeses. Saddam, ainda na adolescência, se mudou para Bagdá.
Em 1956, aos dezenove anos, aderiu ao Partido Socialista Árabe Ba'ath (fundado na Síria por Michel Aflak) e, no mesmo ano, participou de um golpe de Estado fracassado contra o rei Faisal II. Dois anos depois, participou de outro golpe, dessa vez contra Abdul Karim Qassim, carrasco do monarca e líder do novo regime golpista. Acusado de complô, foi condenado à morte à revelia em fevereiro de 1960, sentença da qual conseguiu escapar fugindo para o Egito e através da Síria, onde as autoridades lhe concederam asilo político.
No Cairo, concluiu seus estudos secundários e foi admitido na Escola de Direito — terminaria a faculdade anos depois, em 1968 —, onde se relacionou com jovens membros do Partido Ba'ath egípcio, de inspiração esquerdista e pan-árabe. Acabou sendo perdoado e voltando a Bagdá após a revolução liderada pelo partido Ba'ath em fevereiro 1963. Saddam assumiu o comando da organização militar do partido. No ano seguinte, voltou à prisão, que só deixaria três anos depois.

Aspectos de Família

O presidente iraquiano se casou duas vezes: em 1963, com sua prima de sangue Sajida Khairallah, filha do tio que o adotou e com quem teve dois filhos e três filhas, Raghad, Rana e Hala — que após o desmoronamento do regime foram acolhidas pelo rei Abdullah II da Jordânia —; e em 1988, com uma mulher também de seu clã, Samira Fadel Shahbandar, que lhe deu supostamente outro filho de nome Ali que atualmente vive em Beirute. Saddam teve também dois filhos varões — Uday e Qusay.

Ascensão ao Poder

Conhecido por admirar o ex-presidente soviético Josef Stalin, Saddam nunca foi um ideólogo, mas apelou muitas vezes ao nacionalismo árabe, ao Islã e ao patriotismo iraquiano para cimentar sua liderança.
Embora o revolucionário Ba'ath, o qual combinava o pan-Arabismo secular com a modernização econômica e o socialismo, tenha sido momentaneamente derrubado e Saddam, figura influente no partido, mandado para a prisão, o partido protagonizou outro golpe em 1968, e desta vez tomou o poder sem derramar uma gota de sangue. Começara sua carreira no Partido Ba'ath e chegou à chefia da polícia secreta iraquiana do serviço secreto, a Mukhabarat.

Vice-presidente

Em novembro de 1969, Saddam foi nomeado vice-presidente do Conselho do Comando Supremo da Revolução, tornando-se assim o "número dois" do regime, depois do presidente general Al-Baker, que era seu parente.
Como vice-presidente do Iraque durante o governo do idoso e frágil General Ahmed Bakr, Saddam controlou firmemente o conflito entre os ministérios governamentais e as forças armadas numa altura em que muitas organizações eram consideradas capazes de derrubar o governo, criando um aparelho de segurança repressivo. O novo regime logo se aproximou da União Soviética e em 1972 um Tratado de Amizade e Cooperação foi assinado entre os dois países. Depois, também foram selados acordos com a Alemanha Ocidental, o Japão e os Estados Unidos.
A economia do Iraque cresceu a um ritmo forte na década de 1970. Saddam destacou-se por investir pesado em saúde e em educação. Devido ao sucesso do programa, o número de matrículas acabou batendo recorde, e Saddam recebeu um prêmio da Unesco em 1977.

Presidente

No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, como vice-presidente do Conselho do Comando Revolucionário, formalmente o segundo em comando da al-Bakr, Saddam construiu uma reputação como um político progressista e eficaz . Neste momento, Saddam subiu na hierarquia do novo governo auxíliando nas tentativas de reforçar e unificar o partido Ba'ath e tendo um papel preponderante na resolução dos grandes problemas internos do país e à expansão dos seguidores do partido .
Após os Baathists tomarem o poder em 1968, Saddam se concentrou em atingir a estabilidade em um país cheio de profundas tensões. Muito antes de Saddam, o Iraque havia sido dividido ao longo das linhas: social, étnica, religiosa, econômica: xiita contra sunitas, árabes versus Kurd, chefe tribal versus comerciante urbano, nômade versus camponeses. Um governo estável em um país repleto de faccionismo exigia tanto repressão maciça quanto melhoria dos padrões de vida.
Saddam promoveu ativamente a modernização da economia iraquiana, juntamente com a criação de um forte aparato de segurança para evitar golpes na estrutura do poder e insurreições . Sempre preocupado em ampliar sua base de apoio entre os diversos elementos da sociedade iraquiana e mobilizando o apoio popular, ele seguiu de perto a administração dos programas de bem estar social e desenvolvimento.
No centro desta estratégia estava petróleo do Iraque. Em 1 de junho de 1972, Saddam supervisionou a estatização dos interesses internacionais do petróleo, que, na época, dominavam o setor petrolífero do país. Um ano mais tarde, os preços mundiais do petróleo subiram drasticamente, como resultado da crise energética de 1973 a receita do país cresceu assustadoramente o que permitiu Saddam expandir sua agenda.
Dentro de apenas alguns anos, o Iraque estava prestando serviços sociais que eram sem precedentes entre os países do Médio Oriente. Saddam estabeleceu e controlou a "Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo" e campanha de "Educação obrigatória gratuita no Iraque, e em grande parte sob a sua égide, o governo estabeleceu escolarização universal gratuitos do mais alto níveil de ensino; centenas de milhares aprenderam a ler nos anos seguintes ao início do programa.
O governo também apoiou famílias dos soldados, concedeu hospitalização gratuita para todos, e deu subsídios aos agricultores. Iraque criou um dos mais modernizados sistemas de saúde público e no Oriente Médio, Saddam ganhou um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Para diversificar a enorme "oleo-baseada" economia Iraquiana, Saddam implementou uma campanha de infra-estrutura nacional a qual fez grandes progressos na construção de estradas, a promoção da mineração, e desenvolvimento de outras indústrias. A campanha do Iraque revolucionou indústrias energéticas. A eletricidade foi levada para quase todas as cidades no Iraque e em muitas regiões periféricas.
Antes da década de 1970, a maior parte dos Iraquianos viviam no campo, onde ele próprio Saddam nasceu e foi criado, e cerca de dois terços eram camponeses. Mas esse número diminuiria rapidamente durante a década de 1970 porque o país investiu muito dos seus lucros do petróleo em expansão industrial.
Depois de nacionalizar os interesses das petrolíferas estrangeiras , Saddam supervisionou a modernização do campo, a agricultura mecanizada em grande escala e distribuição de terras aos camponeses. Os Ba'athistas estabeleceram cooperativas agrícolas, em que os benefícios foram distribuídos de acordo com o merecimento individual e os trabalhadores não qualificados foram treinados. O governo também duplicou despesas para o desenvolvimento da agricultura em 1974-1975. Além disso, a reforma agrária no Iraque melhorou o nível de vida do camponeses e o aumento da produção.
Aos olhos de muitos iraquianos Saddam se tornou pessoalmente associado com os programas Ba'athistas de desenvolvimento econômico e bem-estar, alargando o seu dominio tanto dentro de sua base tradicional, como entre os novos setores da população. Estes programas eram parte de uma combinação de "cenoura e pau" táticas de reforçar o apoio da classe trabalhadora, o campesinato, dentro do partido e da burocracia governamental.
A proeza organizacional de Saddam fez com que o Iraque se desenvolvesse em ritmo acelerado na década de 1970, o desenvolvimento foi tão grande que dois milhões de pessoas de outros países árabes, Iugoslávia e até mesmo o Brasil (Mendes Junior) trabalharam no Iraque para satisfazer a crescente procura de trabalho.
Para a consternação dos islâmicos conservadores, o governo de Saddam deu às mulheres mais liberdades e ofereceu-lhes alto nível de empregos no governo e na indústria. Saddam também criou um sistema jurídico no estilo ocidental, fazendo do Iraque, o único país na região do Golfo Pérsico que não era governado de acordo com a lei islâmica (Sharia). Saddam aboliu os tribunais Sharia, com exceção para os casos de danos pessoais .
Em 16 de julho de 1979, o presidente Al-Bakr renunciou por motivos de saúde. Saddam assumiu então os títulos de chefe de Estado, presidente do Conselho do Comando Supremo da Revolução, primeiro-ministro, comandante das Forças Armadas e secretário-geral do partido Ba'ath. Quinze dias depois, uma conspiração surgida entre os membros do partido do recém-nomeado líder máximo do Iraque terminou com a execução de 34 pessoas, entre elas membros do Exército e alguns dos mais íntimos colaboradores de Saddam Hussein.
Saddam logo cercou-se de uma dezena de oficiais leais, os quais colocou em cargos de responsabilidade. É então que o poder se torna verdadeiramente autocrático, com os primeiros anos de governo do auto-intitulado El-Raïs el-Monadel (o Presidente Combatente) a serem marcados pela execução de centenas de oposicionistas e a morte de 5.000 curdos em Halabja, em conseqüência da intoxicação provocada pelas bombas de gás Tabun lançadas pela aviação iraquiana.

 

Saddam Presidente: as Guerras do Golfo

 

Tendo sido ardoroso fã de Stalin na adolescência, como presidente, Saddam acabou por desenvolver um culto à personalidade característico do regime "comunista" de Stalin. Cartazes com retratos seus espalhados por ruas e avenidas de todo o Iraque, criação de uma imagem de islamita devoto e bom pai de família (embora fosse considerado um cético do ponto de vista religioso e apreciasse bebidas alcoólicas proibidas pelo Islã), eliminação violenta de toda a oposição política, censura à imprensa Saddam acabou por parecer, aos olhos do iraquiano comum, como o retrato da autoridade infalível, ainda que tirânica.
Saddam Hussein sempre temia que inimigos políticos o derrubassem. Construiu 23 palácios para uso pessoal, todos permanentemente vigiados, jamais dormia duas noites seguidas no mesmo local e jamais ingeria comida que não tivesse sido testada e provada por gente de sua confiança.
A ambição de Saddam por tornar-se o líder mais poderoso do Oriente Médio o levou a declarar guerra ao Irã dos aiatolás. Nessa época, inclusive, ele chegou a receber apoio norte-americano, uma vez que os EUA temiam as conseqüências da ascensão da Revolução Islâmica na região. Usando como pretexto a disputa por poços de petróleo, as relações entre Irã e Iraque deterioraram-se rapidamente.

 

Primeira Guerra do Golfo: Guerra Irã-Iraque


Em 1979, o Xá do Irã Mohammad Reza Pahlavi foi derrubado pela Revolução Islâmica, dando lugar a uma república islâmica liderada pelo Aiatolá Khomeini. A influência do Islã xiita revolucionário cresceu deste modo de forma abrupta, particularmente em países com grandes populações xiitas, em especial o Iraque. Saddam receava que as idéias radicais islâmicas, hostis ao seu domínio secular pudessem alastrar no seu país, entre a população xiita (a maioria da população do Iraque).
Havia também o antagonismo entre Saddam e Khomeini desde a década de 1970. Khomeini, que tinha partido para o exílio do Irã em 1964, viveu no Iraque, na cidade santa xiita de An Najaf. No Iraque, ele ganhou influência entre os xiitas iraquianos e ganhou seguidores. Sob pressão do Xá, que tinha acordado uma aproximação diplomática com o Iraque em 1975, Saddam expulsou Khomeini em 1978. Após a revolução islâmica, Khomeini teria considerado derrubar o regime de Saddam.
Após a tomada do poder de Khomeini no Irã, ocorreram pequenos incidentes de confrontação militar na fronteira, durante 10 meses, no canal de Shatt al-Arab, que ambas as nações reclamavam para si.
Iraque e Irã iniciaram a guerra aberta em 22 de Setembro de 1980. O pretexto para as hostilidades foi a disputa territorial. Saddam foi no entanto apoiado pelos Estados Unidos, pela União Soviética e por vários países árabes, todos eles desejosos de impedir a expansão de uma possível revolução moldada no Irã.
Saddam conduziu a Guerra contra o Irã entre 1980 e 1988. Contou com o apoio dos Estados Unidos, então governado por Ronald Reagan, que esperava a derrocada dos xiitas iranianos e de seu líder espiritual, o aiatolá Khomeini. Recebeu também o apoio do Kuwait, da Arábia Saudita e outras nações árabes, muitas delas igualmente preocupadas com a ameaça de uma igual revolução islâmica como a do Irã em seus territórios. No conflito, durante o qual Saddam aumentou a importação de armas do Ocidente, foram utilizados gases tóxicos na frente de batalha e estreitados os laços com os regimes árabes moderados. A guerra entre os dois países durou oito anos (o cessar-fogo foi assinado em 20 de agosto de 1988) e nela morreram mais de um milhão de pessoas. Não houve vencedor declarado, e a guerra levou o país a sérias dificuldades econômicas.

Segunda Guerra do Golfo: Kuwait


Em 2 de agosto de 1990, apenas dois anos depois do fim da disputa, tropas iraquianas, seguindo ordens de Saddam Hussein, invadiram e anexaram ao território iraquiano o vizinho emirado do Kuwait, país que mais ajudou financeiramente o Iraque durante a guerra com o Irã. Mas nesse período, o Kuwait frustrava os desejos iraquianos na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de diminuir a produção para que o preço do barril no mercado aumentasse.
No início de 1991, uma coligação internacional dirigida pelos Estados Unidos (então governado por George Bush) obrigou o Iraque a retirar-se do Kuwait. As tropas da coligação detiveram-se na fronteira entre o Kuwait e o Iraque.
Vencido pelos aliados ocidentais, Hussein teve que aceitar o embargo econômico imposto a seu país pela ONU, organismo que, ao mesmo tempo, fez um acordo para inspecionar e desmantelar o programa armamentista (biológico e químico, especialmente) do país. Foi criado o programa "Oil for food" ("Petróleo por Comida").
Terminada a guerra, Saddam ainda teve que enfrentar as revoltas xiita e curda no Iraque, que não titubeou em reprimir duramente. Entre 1991 e 1992, EUA, Reino Unido e França estabeleceram, sem o respaldo de uma resolução da ONU, duas regiões de exclusão aérea — ao norte do paralelo 36 e ao sul do paralelo 32 - com o objetivo declarado de proteger a população curda e xiita.
A proibição dos aliados foi permanente fonte de conflitos desde sua entrada em vigor, terminando com a derrubada de alguns aviões dos dois lados, somados aos duros efeitos do embargo econômico que tentaram suavizar com o programa "Petróleo por Comida".
Nem a debilitada situação econômica nem o pós-guerra comprometeram o êxito de Hussein nas urnas, e, em 15 de outubro de 1995, o presidente iraquiano obtinha o apoio de 99,96% da população num plebiscito, o primeiro da história do Iraque, sobre sua continuidade no poder até 2002.
Dois meses antes, Saddam enfrentara a traição dos maridos de duas de suas filhas e íntimos colaboradores, Hussein Kamel e Saddam Kamel al-Majid, que em agosto de 1995, após se desentenderem com Uday, abandonaram o país e foram para a Jordânia levando os segredos do programa de armas proibidas do Iraque. A recusa dos países ocidentais em conceder asilo político aos dois genros de Saddam, apesar da oferta de informação militar secreta, precipitou o retorno deles, com as filhas e os netos do ditador, a Bagdá em fevereiro de 1996, com a promessa de perdão por parte de Saddam. Três dias depois da chegada, morreram numa invasão que também matou o pai dos traidores e outros parentes.

 

A Terceira Guerra do Golfo: Guerra do Iraque


Durante os anos 90, a ONU exigiu a eliminação das supostas armas de destruição de massa, que o Iraque sempre negou ter. A população do país foi castigada pelas duras sanções econômicas impostas pelas Nações Unidas. Em 1997, começaram as desavenças do regime com a UNSCOM, comissão da ONU encarregada de supervisionar o desarmamento do Iraque - por causa da suspeita de que país buscava armamento químico e nuclear -, o que se prolongaria por seis anos e que serviria de pretexto para os Estados Unidos invadirem o Iraque. Em 1998, EUA e Reino Unido bombardearam o Iraque, tentando forçar o regime de Saddam a colaborar com as inspeções da ONU.
Em 2001, como uma resposta aos ataques terroristas do 11 de setembro em Nova York e Washington (o qual não há certeza absoluta da identidade do executor), o presidente dos EUA, George W. Bush, incluiu o Iraque no chamado "eixo do mal", o que abria caminho para a nova campanha militar norte-americana contra o país. Após a campanha afegã contra o regime talibã, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, iniciou a "segunda fase contra o terrorismo internacional".
Bush acusou o Iraque de ter ou desenvolver armas de destruição em massa, contrariando as resoluções da ONU impostas após a Guerra do Golfo, e de manter vínculos com o terrorismo internacional. Saddam Hussein, que negou as acusações, acusou Bush de manipular a suposta ameaça que o Iraque representava para a paz mundial e acrescentou que a única coisa que Washington buscava no Iraque era o controle do petróleo no Oriente Médio.
Em 2003, George W. Bush moveu contra Saddam uma guerra para tirá-lo do poder, acusando-o de cúmplice no terrorismo antinorte-americano. Em 20 de março, a coalizão anglo-americana iniciou a intervenção militar no Iraque com um bombardeio inicial sobre Bagdá. Saddam foi expulso do poder pelas tropas estado-unidenses e britânicas numa guerra não autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU. Sua retirada do poder, porém, não significou paz para o Iraque, mas sua definitiva conflagração.
O paradeiro de Saddam foi desconhecido durante vários meses até que, em 4 de abril, a televisão iraquiana mostrou o ex-ditador, cercado de aliados seus, passeando pelas ruas da cidade. Em 8 de abril, um dia antes de as forças americanas atingirem o coração de Bagdá, um bombardeiro B-1 lançou quatro bombas de perfuração de bunkers contra um edifício da capital iraquiana, onde se acreditava que Saddam Hussein estivesse reunido com outros hierarcas do regime com o deliberado objetivo de assassiná-lo.
Mas ele conseguiu desaparecer depois que as forças da coalizão invadiram Bagdá, em 9 de abril. Escondido, continuou tentando motivar seus antigos combatentes, que se mostraram mais frágeis do que se imaginava e não resistiram ao poderio militar dos EUA — nem tampouco usaram as supostas armas químicas que motivaram o ataque.
Em 13 de dezembro de 2003, Saddam Hussein foi localizado, militando na resistência à ocupação, e preso num porão de uma fazenda da cidade de Adwar, próxima a Tikrit, sua cidade natal, numa operação conjunta entre tropas estado-unidenses e rebeldes curdos. As tropas encontraram o ex-presidente escondido num pequeno buraco subterrâneo camuflado com terra e tijolos. Embora estivesse armado com uma pistola e duas metralhadoras AK-47, rendeu-se pacificamente. Segundo a coligação militar, foi um membro de uma família próxima a Saddam quem o delatou. Um jornal jordaniano publicou uma versão alternativa da prisão. Saddam teria sido drogado por um parente, que lhe servia de guarda-costas, e vendido aos americanos, em troca da recompensa milionária que era oferecida. A filha Raghad, exilada na Jordânia, diz que com certeza seu pai foi drogado, de outra forma teria lutado como "um leão". Paul Bremer e Tony Blair confirmaram esta notícia.

Saddam, que não apresentou resistência alguma, estava sujo e desorientado quando foi capturado. Posteriormente, foi submetido a um exaustivo reconhecimento médico e a um teste de DNA, que confirmou sua identidade. Entre as primeiras imagens transmitidas, algumas mostravam Hussein sendo examinado por um médico militar americano, assim como outras mostravam o local de sua captura. Tais imagens causaram variadas reações pelo mundo, desde aqueles que - tais como grande parte da população americana e até iraquiana — as justificaram por motivos políticos, sociais e militares, até os que (baseando-se em interpretações do direito internacional) argumentaram que as imagens representavam uma violação intolerável à Convenção de Genebra acerca do tratamento a prisioneiros de guerra capturados.
Em 1º de janeiro de 2004, o Pentágono o reconheceu como "prisioneiro de guerra", e, em 30 de junho, transferiu sua custódia judicial ao novo Governo provisório iraquiano.
Durante 24 meses, Saddam permaneceu sob custódia das forças norte-americanas, à espera de ser julgado por um Tribunal Especial iraquiano patrocinado pelos Estados Unidos, que em 19 de outubro de 2005 iniciou o processo contra o ex-ditador e o condenou à morte na forca em 5 de novembro de 2006.

 

O julgamento e morte

Julgamento - aspectos jurídicos


Apesar dos grandes genocídios a ele atribuídos, os defensores de Saddam Hussein argumentam que precisava de neutralidade o julgamento que, segundo eles, deveria acontecer em um tribunal internacional, com juízes de várias nacionalidades. Os apoiantes do julgamento, contudo, defendiam que se ele fosse julgado pelo próprio povo iraquiano, o que duvida-se que tenha acontecido, pois o país estava sob ocupação militar e com um governo universalmente reconhecido, tanto por seus adversários como até por seus partidários, como fantoche e o julgamento se deu com as forças de ocupação dando treinamento meticuloso à promotoria e lhe disponibilizado recursos e informações imensamente desproporcionais aos da defesa.
Saddam foi formalmente acusado de genocídio cometido em 1982 (foi acusado de ter ordenado o massacre de 148 iraquianos xiitas em Dujail, após ter sido alvo de um atentado fracassado à sua vida). Como espetáculo mediático, esporadicamente vinham cenas do julgamento sendo-se que o fato de apresentarem-se testemunhos e provas de que o referido massacre aconteceu era aceito como a validar a culpa de Saddam, quando se trataria de ver qual seria sua responsabilidade concreta nos fatos e não a mera constatação de que os mesmos se deram. Recorde-se que o Iraque então estava em uma das guerras mais sangrentas depois da Segunda Guerra Mundial. Saddam governava o Iraque pelo medo, porque ele era um figura truculenta, ele realizou esse massacre para que ninguém mais se opusesse a ele, obviamente os EUA, não ligaram porque eles estavam mais preocupados em derrotar o comunismo dos soviéticos e o Iraque era um dos lugares mais abandonados do planeta e a guerra do Iraque feita pelo Bush terminou de fazer o que Saddam começou, matar o próprio povo iraquiano, vítima de governos dos EUA e de Saddam.
O Irã era em 1982, como hoje, uma teocracia xiita e os xiitas são maioria no Iraque, tendo sido o governo de Saddam predominantemente de sunitas, embora fosse um governo laico (não-religioso). Esse atentado à vida de Saddam desse ano, ao que se sabe, foi feito no Iraque por um grupo militante xiita (talvez tido como pró Irã ou pelo Irã patrocinado) em plena guerra Irã-Iraque. Aliás o mesmo grupo militante do presidente xiita do Iraque que, com sua mão e caneta, assinou a pena de morte de Saddam. O julgamento também sequer esclareceu se o massacre foi uma retaliação ao mencionado atentado ou se o atentado foi um estopim de um confronto que já precedia. Se em quase todas as guerras há massacres, tampouco esclareceu-se se este não deveria ser compreendido no contexto dessa guerra, ou seja, uma gota do sangue derramado num conflito que fez milhares de vezes mais mortos e de vítimas que esse massacre.
Recorde-se adicionalmente que Saddam foi durante essa guerra apoiado pelas potências ocidentais o tempo todo, as quais eram então adversárias da república teocrática iraniana, incluíndo precisamente as que compuseram a coalizão invasora de 2003, apoio esse que nunca foi comprometido pelos crimes atribuídos a Saddam, sejam aqueles pelos quais foi julgado, sejam quaisquer outros, acrescentando-se que eram todos eles de conhecimento internacional. Saddam somente cairia em desgraça por invadir o Kuweit e por manter uma postura desafiadora frente Israel e a seus anteriores patrocinadores ocidentais. Essa invasão se deu paradoxalmente sob um pretexto de legalidade: através de documentos falsificados acusou-se o Iraque de ter armas ilegais e mesmo sob as equipes de inspeção da ONU pleiteando mais prazos para inspecionar o país, o Iraque foi invadido ao arrepio de toda lei internacional, com a mesma ilegalidade que este invadira o Kuweit. Posteriormente, o argumento das armas ilícitas foi totalmente desacreditado ficando o motivo da invasão meramente especulativo, se seria este o objetivo humanitário de fazer bem ao Iraque democratizando-o ou demagogia belicosa para se exorcisar a derrota americana no Vietnam ou vingança de algum tipo ou por interesses estratégicos e econômicos nesse país e região do mundo de importância petrolífera máxima.
O júri foi marcado pelo assassinato de três advogados de defesa, pela troca do juiz-chefe, pelo comportamento rebelde do réu e por sucessivos adiamentos e interrupções. Organizações de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional, condenaram o julgamento, afirmando que ele teve erros e vícios, por ter sido realizado em um país dominado por conflitos sectários.
Em 5 de novembro de 2006, após um julgamento conturbado, o tribunal iraquiano condenou Saddam à pena de morte por enforcamento por crimes contra a humanidade. No dia 26 de dezembro de 2006, um tribunal de apelação do Iraque confirmou a sentença contra Saddam Hussein.
Em sua última carta pública, dita testamento, escrita porque sua “sentença fora proferida por ordem dos inimigos invasores”, Saddam, mostrando valores da paz, respeito e tolerância, despede-se da vida terrena e dos “heróis corajosos e fiéis da nossa resistência, das iraquianas virtuosas e dos filhos da gloriosa nação iraquiana”, pedindo a reconciliação dos iraquianos afundados em conflitos entre sunitas e xiitas e deixando um apelo:
“Peço-lhes, meus irmãos e irmãs: não tenham ódio dos povos dos países que nos atacaram, causaram danos, nos separaram e afetaram a tomada de decisão”. E segue (trechos selecionados): “Paciência, em Deus procuramos conforto e ajuda contra os tiranos. Ofereço minha alma em sacrifício, e Deus Todo Poderoso a levará para onde estão os mártires, pois Deus Glorificado quis mais uma vez que eu estivesse no coração da jihad. Ou que seja feita a Sua vontade, Ele, o Clemente, o Misericordioso. Dele somos e a Ele retornaremos. Não odeiem o ser humano, mas repudiem o mal. (...) Saibam perdoar, pois Deus é clemente e perdoa mesmo sendo superior. Ele nos quer ideal exemplo do amor, do perdão e da fraterna convivência entre si. Que a lei seja seu embasamento e que sejam justos, pois as nações e os povos só crescem com justiça e não com rancores e ilegalidades. Os que se apóiam nos poderosos ocupantes para se sentirem mais fortes que os demais são banais e vis.”

Saddam Hussein, 69, foi entregue aos seus executores iraquianos pelas forças americanas que o custodiavam alguns minutos antes de seu enforcamento no início do dia 30 de dezembro, em Bagdad, gerando posições contrárias de várias instituições internacionais, como a Anistia Internacional, o Vaticano, bem como de vários países. A televisão estatal iraquiana levou ao ar imagens de Saddam Hussein, aparentando estar calmo, conversando com o carrasco que ajeitava a corda em volta de seu pescoço e o encaminhava para o cadafalso. Saddam se recusou a usar o capuz preto na hora da execução, tendo preferido ser enforcado com o rosto à mostra. Segundo o conselheiro da Segurança Nacional do Iraque, Mouwafak al-Rubai, durante a execução estiveram presentes um juiz do Tribunal de Apelação iraquiano, um representante da Promotoria, outro do Governo e "um grupo de testemunhas". Através de um celular foram ilegalmente filmados os instantes finais de Saddam em que se comprova outra versão de que sua execução não foi formal cumprimento de sentença judicial, mas com os presentes fazendo-lhe humilhações e insultos a impedir-lhe que morresse proclamando a oração "Só há um Deus e Muhammad é Seu profeta".
Saddam foi não julgado por genocídio contra os curdos iraquianos nem por quaisquer outros fatos relacionados que lhe pudessem ser imputados. O prosseguimento do julgamento de Saddam, anunciado que continuaria mesmo após a execução, foi suspenso, ficando assim sem julgamento quase a absoluta totalidade dos crimes que lhe foram imputados, passando o assunto da justiça para os historiadores, um dia, quem sabe, estabelecer a verdade.
O ex-presidente iraquiano foi sepultado no dia 31 de dezembro, próximo de sua cidade natal, Tikrit, numa propriedade de sua família, perto dos túmulos de seus dois filhos, Uday e Qusay, mortos pelas tropas de coalizão americana em julho 2003, vendidos pela recompensa de US$ 15 milhões oferecida por cada um deles, juntamente com seu neto.
Em 2008, a vida de Saddam Hussein foi retratada em uma minissérie britânica, produzida por BBC e HBO, intitulada House of Saddam. Dividida em quatro capítulos, a minissérie exibe a trajetória do ditador, desde sua posse, em 1979, até a queda em 2003, além de seu relacionamento familiar e com seus conselheiros.

Fonte: wikipedia

 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Entrevista com o Poeta Samih Al Qasem

Tradução do poema: "Carta para os Invasores"

Poeta Palestino, nasceu na cidade de Zarqa na Jordânia, no ano de 1949, trabalhou para o ensino, instrução e jornalismo. Possui enciclopédias poéticas e duas histórias.

"Avancem... Avancem...

Cada céu sobre vocês, um inferno
Cada chão abaixo de vocês, um inferno

Avancem...
Morre dos nossos, a criança e o idoso
E não cedem...

Avancem...
Carros que transportam seus soldados
E os lançadores do ódio de vocês

Ameacem...
Desabriguem...
Deixem órfão...
Derrubem...

Não romperão nosso interior
Não derrotarão nossas saudades
Nó somos o destino inevitável

Avancem...
Atrás de cada pedra, uma palma
Atrás de cada grama, uma morte
Após cada cadáver, uma linda e certeira armadilha
Se salvou-se uma perna
Ainda resta um braço e um punho

Avancem...
Cada céu sobre vocês, um inferno
Cada terra debaixo de vocês, um inferno
Avancem..."

Poeta Samih Al Qasem

Carta para os Invasores - Poeta Samih Al Qasem

الشّاعِرُ سَميح القاسِم

شاعر فِلَسطيني وُلِدَ في مديمة الزّرْقاء بِالأردنِّ عام 1939 م عمل في التّعليمِ و الصَّحافة. لهُ مَجموعاتٍ شَعريةٍ و رِوايَتانِ

تَقَدَّموا ... تَقَدَّموا
كُلُّ سماءٍ فَوقَكُم جَهَنَّمُ
وَ كُلُّ أرضٍ تَحتَكُم جَهَنَّمُ

تَقَدَّموا 
يَموتُ مِنّا الطفلُ و الشّيخُ
و لا يَستَسلِمُ

تَقَدَّموا
بِناقِلاتِ جُندِكُم
و راجمات حِقْدِكُم
وَ هَدَّدوا
و شَرِّدوا
و يَتِّموا
وَ هَدِّموا 

لَن تَكْسَروا أعماقَنا
لن تَهزَموا أشواقَنا
نَحنُ قَضاءٌ مُبْرَمُ

تَقّدَّموا 
وَراءَ كُلِّ حَجَرٍ كَفٌ
و خَلفَ كُلِّ عُشْبَةٍ حَتَفٌ
و بَعدَ كُلِّ جُثَّةٍ فَخٌ جَميلٌ مُحكَمُ
و إن نَجَتْ ساقٌ
يَظَلُّ ساعِدٌ و مِعصَمُ

تَقَدَّموا
كُلُّ سَماءٍ فَوقَكُم جَهَنَّمُ
و كُلُّ أرضٍ تَحْتَكُم جَهَنّمُ

تَقَدَّمُ

الشّاعر سميح القاسم

domingo, 12 de setembro de 2010

Hino do Partido Al Baas

Tradução do Hino do Partido Al Baas

Oh, jovens árabes, vamos!
Ande, Oh público
Viva a ressurreição do árabe
Nós somos camponeses, operários
E jovens que não se rendem

Nós somos soldados guerrilheiros
Nós somos a voz dos laboriosos
Viemos das raízes da terra
Das entranhas da dor

Nunca fomos mesquinhos no oferecimento e na doação generosa
Uma trincheira de revolucionários
E será dito: Eliminou-se a escuridão
Resistente, Oh Al Baas resistente

Você está nos campos de luta
Vamos, una os livres
Una o povo grandioso
Ande, Oh Al Baas forte
Para um amanhã libre e generoso

Autoria: Poeta Suleiman Al Aaisa

sábado, 11 de setembro de 2010

Os fenícios

O primeiro alfabeto do mundo

A História do Alfabeto

A primeira referência escrita ao alfabeto Fenício e sua migraçao para a Grécia aparece no quinto livro de Histórias, escrito por Herodotus. Ele era Grego, viveu no quinto século antes de Cristo, e foi o primeiro historiador do Mundo. Baseado nas suas poderosas observaçoes e razões cuidadosas, Herodotus acreditava que os Fenícios inventaram o alfabeto, assim como sabemos hoje. E ele literalmente mencionou um verdadeiro alfabeto: nao pictogramas, nao ideogramas, mas símbolos abstratos distintos que representam os sons de consoantes e vogais, verdadeiros fonogramas alfabéticos.
Em 1929, 2400 anos depois que o quinto livro de Historias foi escrito, as deduções de Herodotus foram confirmadas por Claude Schaeffer, o destacado arqueologista Francês. Enqunto escavava sobre as colinas de Ras Shamra, na antiga cidade de Ugarit, Schaeffer achou várias tábuas escritas com língua cuneiforme desconhecida. Durante os anos seguintes, centenas de tabuletas cuneiforme Fenícias foram descobertas em Ugarit e em outros sitios arqueologicos ao redor do Mediterrâneo. O grande volume de artefatos antigos excitou até os pesquisadores mais sedados, linguistas, e historiadores em todas comunidades escolares. Essa descoberta foi muito significante para a civilização do Oriente Médio, porque em Ugarit os arqueologistas estavam levantando o véu da história. 

As Tábuas de Ugarit foram intensamente pesquisadas e estudadas por um grande número de escolares clássicos da história antiga, incluindo professores, como Charles Virolleaud, Hans Bauer, Dhorme, Dussaud, and Nougayrol. Atraves da pesquisa árdua desses homens, em 1948, todos os vinte e oito caracteres do alfabeto cuneiforme Fenício foram corretamente identificados. Das 28 letras, 26 eram consoantes. Essa Tábua de Ugarit continha o primeiro alfabeto da historia humana.

Em contraste escritos Sumérios, Akkadios e Mesopotamios contêm centenas de símbolos gráficos separados, cada um representando uma palavra completa ou sílabas. Para complicar as coisas ainda mais, Os Hieróglifos Egipcios combinavam pictogramas, ideogramas, e letras de forma alfabética, todos no mesmo sistema: o que fazia o processo de escrever uma tarefa mais dificil. Esses Hieróglifos Egipcios precederam o alfabeto cuneiforme de Ugarit em aproximadamente 2000 anos.

Os Fenícios eram na realidade Canaanitas, foram os Gregos que os nomearam "Fenícios", significando vermelho-sangue, devido ao colorido das roupas usadas por seus marinheiros. A coloração era única, e sua técnica de manufatura era cuidadosamente guardada em segredo pelos Fenícios. Essa cor brilhante se tornou uma marca registrada Fenícia, conhecida como "Roxo Tirian", que é a origem do "Roxo-Real", uma cor distinta que sobrevive até os dias atuais.
Os Fenícios foram uma nação de comércio marítmo que comprou e vendeu de tudo para todo mundo ao longo do Mar Mediterrâneo. Eles comercializavam temperos, perfumes, incenso, grãos, vinho, papirus, objetos, madeira, jarros, prata, ferro, cobre, armas, ornamentos, joias, animais, e escravos. Com suas barcassas de 70 pés de comprimento, eles navegaram para o Egito, Babilonia, Itália, Grécia, Chipre, Creta, Espanha, Oriente próximo, e de acordo com a lenda, todos os lugares ao redor da África. Se a lenda é verdadeira, os Fenícios circum-navegaram o continente Africano 2000 anos antes de Vasco da Gama. Ugarit foi o centro comercial Fenício, que manteve uma próspera comunidade cosmopolita multi-cultural onde uma variedade de estrangeiros viviam em harmonia com os Canaanitas nativos. Os visitantes eram mercadores influentes, oficiais, artistas, e diplomatas do Egito, Assiria, Creta, Chipre, Grecia, e outros países Mediterrâneos.

Os Fenícios eram pessoas singulares e práticas que constantemente procuravam maneiras de negociar e comercializar. O que eles precisavam era um sistema simples de escrita para manter os inventários, contabilidade, taxações de venda, e outras atividades comerciais. Algum escriba Fenício desconhecido realizou o feito retirando os pictogramas e ideogramas dos sistemas complexos de escrita dos Egípcios, Sumérios, e Akkadios deixando-a com quase nada, apenas simbolos alfabéticos. 

A gigante tirada intelectual, esta abstração conceitual de símbolos foi trabalho de um verdadeiro gênio. Sua brilhante criação identificou a independência e intermobilidade da natureza modular dos caracteres alfabéticos. A modularidade que simplificou a comunicação escrita para o seu mais alto nível. Sem exageros. É auto evidente que qualquer abstração a mais poderá destruir o sistema alfabético. Então, o primeiro sistema de escrita baseado em Alfabeto nasceu. Esse ato único, por volta de 1400 a.C. mudou a história humana e civilização oriental para sempre. O Alfabeto promoveu a super-estrutura abstrata para a vinda da Era da Lógica, raciocínio dedutivo linear, ciência baseada na observação acurada, experimentos, análises, classificação e disseminação do conhecimento. 

A escrita cuneiforme não se originou com os Fenícios. Por volta de 1400 a.C., os Sumérios, Akkadios, Babilonios, e outras populações antigas da região já praticavam escrita cuneiforme há 600 anos. Além de tábuas, a escrita cuneifrome Babilônica era feita em cilindros, pedras, obeliscos, estátuas e paredes de Palácios. É importante notar que essas formas cuneiformes eram pictogramas e ideogramas, e elas não representam um único (alfabetico) símbolo-som, ou fonogramas, enquanto que o nativo alfabeto cuneiforme Ugarit Fenício representa. 

O alfabeto linear escrito dos Fenícios se desnvolveu por volta de 1100 a.C. do modelo Semita do Norte e ainda estava em uso na região em 100 a.C. Com o tempo, muitas variações regionais do alfabeto emergiram e estavam em uso simultâneo em localidades diferentes. O alfabeto linear escrito Fenício tinha apenas 22 caracteres, todos consoantes. Historiadores do período sao incapacitados de identificar razão exata ou data da transição linguística do cuneiforme para o alfabeto escrito. Simplicidade, flexibilidade, portabilidade e a diminuição no peso para guardar foram provavelmente alguns dos fatores involvidos na decisão da mudança. Alguns podem racionalmente inferir que no periodo de transição ambos alfabetos estavam em uso comum. É um dado histórico que os escribas Fenícios não escreviam apenas texto Fenício (tanto cuneifrome quanto linear) mas também muitas outras linguas cuneiformes e lineares estrangeiras para satisfazer as necessidades de comércio multinacional e diplomático. Papel para escrita veio da cidade Fenícia de Biblos, que era o principal supridor de papel para toda a rota comercial do Mediterrâneo. Essa oportunidade histórica de fartura de material, produção desenvolvida, e o desejo de fazer negócios deu grande empulso na civilização do Oriente Médio. É inquestionavel, que a invenção do Alfabeto pelos Fenícios foi um dos momentos definitivos de nossa história.

As rotas da língua escrita, portanto, a civilização literária Ocidental está baseada no alfabeto Fenício. 3400 anos atrás, as antigas cidades de Ugarit, Sidon, Tiro e Biblos foram pontos focais dos negócios Fenícios, artes, ofícios, arquitetura, e atividades religiosas. Através de suas tabuletas cuneiformes e inscrições lineares, essas populações antigas nos deixaram muitas informações, não apenas sobre suas praticas comerciais, mas sobre sua cultura e sociedade: sua familia e vida social, seus mitos, lendas, e relações espirituais com seus Deuses. Hoje, nos honramos dessas cidades antigas, não apenas por suas historias, mas também porque foram as nascentes culturais do nosso alfabeto. O alfabeto que temos hoje é uma ferramenta indispensável e criativa para comunicar idéias com pessoas. 

Fonte: http://www.kfs10.com.br/loubnan/fenicio.html


Pronúncia das Letras Árabes

Como escrever o alfabeto árabe

Alfabeto Árabe Cantado

Alfabeto Árabe

O Alfabeto árabe é o principal alfabeto usado para representar a língua árabe, além de outros idiomas como o persa e línguas berberes. Até 1923, era usado também para escrever o turco, quando foi substituído pelo alfabeto latino. A sua grande difusão deve-se principalmente ao fato de o Corão, o livro sagrado do Islã, estar escrito em alfabeto árabe. Esse alfabeto é escrito da direita para a esquerda, assim como o alfabeto hebraico.

Apesar de ser denominado de "alfabeto", na verdade a escrita árabe é um Abjad, ou seja, cada símbolo representa uma consoante. A representação das vogais é feita através de diacríticos colocados sobre ou sob as letras.
Nas línguas afro-asiáticas que utilizam a escrita árabe, as vogais geralmente não são representadas na escrita do dia-a-dia. Isso resulta de uma característica interessante das línguas afro-asiáticas em que as palavras são feitas a partir de uma base consonântica. Assim, um falante de uma dessas línguas afro-asiáticas consegue ler corretamente a palavra se essa for previamente conhecida. Por exemplo, a palavra peixe em árabe é "samak" porém é escrita no alfabeto árabe somente com as letras que correspondem no alfabeto latino a S, M e K sendo escrita então desta maneira "smk" (سمك), o que torna difícil saber suas vogais sem conhecer a palavra, a não ser que estejam presentes na escrita os símbolos indicadores de vogais.
As línguas não afro-asiáticas que utilizam a escrita árabe (por exemplo, as línguas turcas) têm um sistema vocálico mais rico que o árabe (por exemplo, 9 vogais diferentes na língua cazaque!). Pelo que se torna necessário utilizar outros mecanismos para representar as vogais. Essas línguas desenvolveram outros diacríticos para representar vogais inexistentes na língua árabe e/ou utilizam algumas consoantes da escrita árabe para representar vogais.
O Alfabeto árabe deriva da escrita aramaica (existe uma polêmica, a nível acadêmico, sobre sua origem, nabateia ou siríaca), de modo que pode ser comparado às semelhanças entre o alfabeto copta ou o alfabeto cirílico e o alfabeto grego. Tradicionalmente, existem algumas diferenças entre as versões ocidentais (magrebinas) e orientais desse alfabeto. Nomeadamente, no Magrebe (Marrocos), o fa e o qaf têm um ponto em baixo e em cima, respectivamente. A ordem das letras é também sensivelmente diferente (pelo menos quando são utilizadas como numerais). Contudo, a variante do norte de África tem sido abandonada exceto para uso caligráfico no próprio Magrebe, mantendo-se nas escolas corânicas (azóias) da África ocidental. O árabe é escrito da direita para a esquerda.

Fonte: wikipedia

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Torre Azadi - Teerã

Ahmad Inejad

Bandeira do Irã

Irã - Antiga Pérsia

O Irão ou Irã (em persa: ايران), oficialmente República Islâmica do Irão (Irã), é um país asiático do Médio Oriente que limita a norte com a Arménia, o Azerbaijão, o Turquemenistão e o Mar Cáspio, a leste com o Afeganistão e o Paquistão, a oeste com o Iraque e a Turquia, a sul com o Golfo de Omã e com o Golfo Pérsico. A sua capital é Teerã, a sua língua oficial, o persa e a sua moeda é o rial.
Conhecido no Ocidente até 1935 como Pérsia, passou desde então a ser conhecido como Iran (transliterado em Portugal como Irão e no Brasil como Irã), palavra que significa literalmente "terra dos arianos" (no sentido étnico do termo e não no seu sentido religioso, ligado ao arianismo). Em 1979, com a Revolução Islâmica promovida pelo aiatolá Khomeini, o país adotou a sua atual designação oficial de República Islâmica do Irã. Os seus nacionais se chamam iranianos, embora o termo persas seja ainda utilizado.
Durante a história, o território do país tem tido grande importância geográfica, visto a sua posição entre o Oriente Médio, Cáucaso, Ásia Central e o Golfo Pérsico, além da proximidade entre o Leste Europeu e o subcontinente Indiano.

História

O território atualmente ocupado pelo Irã é habitado desde os tempos pré-históricos. A história escrita da Pérsia começa em cerca de 3200 a.C. com a cultura proto-elamita e com a posterior chegada dos arianos e a formação dos sucessivos Impérios Medo e Aquemênida.

Medos e Aqueménidas

Por volta de 1500 a.C. fixaram-se no planalto iraniano vários tribos arianas, das quais se destacavam os Medos e os Persas. Os primeiros fixaram-se no noroeste onde fundaram um reino; os Persas estabeleceram-se no sudoeste.
Os Medos foram submetidos pelos Citas em 653 a.C., mas conseguiram libertar-se e alargaram a sua influência aos Persas. Em 555 a.C. Ciro, rei da Pérsia, iniciou uma revolta contra Astíages, rei dos Medos, vencendo-o e reunindo sob sua soberania a Pérsia e Média. Ciro, primeiro rei aqueménida, iniciou uma política expansionista, que seria continuada pelos seus sucessores, Cambises e Dario I. Em resultado destas conquistas o Império Aqueménida compreendia uma vasta área que ia do Vale do Indo ao Mar Negro, incluindo a Palestina e o Egito.

Partos Arsácidas

Alexandre, o Grande conquistou a Pérsia em 331 a.C., acrescentado-a ao seu império. Após a sua morte o seu império seria dividido entre os seus generais. Um destes generais, Selêuco, ficaria com a Babilónia e a Pérsia, dando início ao reino selêucida. A partir de 250 a.C. o domínio selêucida começou a ser rejeitado na parte oriental do Irão, onde nasce o reino dos Partos Arsácidas.
O império arsácida era menor que o aqueménida, estendendo-se do atual Afeganistão ao Eufrates, controlando as rotas comerciais entre a Índia e o Ocidente. Os Partos terão como inimigos a ocidente o Império Romano, que tentaria em vão conquistar o seu território. Em 224 a dinastia arsácida foi derrubada por Ardashir I, um rei vassalo que fundou a dinastia sassânida.

A Chegada do Islã
A conquista da Pérsia pelos árabes entre 641 e 651 levaria à sua integração como província primeiro do califado omíada e a partir de 750 do califado abássida. Do ponto de vista religioso, o zoroastrismo seria gradualmente substituído pelo islão. No entanto, culturalmente, verificou-se um intercâmbio entre a cultura árabe e a persa, que se detecta, por exemplo, na adoção pelo califado abássida da organização administrativa sassânida e dos costumes persas. No século X, regista-se mesmo um renascimento da literatura persa.
Com a decadência do califado abássida afirmam-se no Irã dinastias locais praticamente independentes do poder central. No Coração surge a dinastia dos Taíridas, que seria eliminada pelos Safáridas. Estes seriam por sua vez substituídos pelos Sâmanidas, a dinastia local mais importante desse período.
Durante a Idade Média, a Pérsia foi invadida pelos mongóis, a que se seguiu o reinado de Tamerlão. Pouco a pouco, o país passou a ser uma arena para potências coloniais rivais como os Impérios Russo e Britânico.

Pérsia dos Safávidas, Afsharidas e Qadjars

Entre 1501 e 1736 a Pérsia foi dominada pelos Safávidas. O fundador desta dinastia, Ismail I, era filho de Safi ad Din, chefe de uma ordem sufista, que se apresentava como descendente do sétimo imã, Musa al Kazim.
Em 1501 Ismail I tomou Tabriz, a qual fez a sua nova capital, e tomou o título de xá. Os Safávidas proclamaram o islã xiita como a religião estatal e através do proselitismo e da força converteram a população a esta doutrina religiosa.
As duas principais ameaças exteriores dos Safávidas foram os Usbeques e os Otomanos. Os primeiros representavam uma ameaça para o Khorasan, mas foram derrotados por Ismail em 1510 e empurrados para o Turquestão. Quanto aos Otomanos, seriam autores de um duro golpe ao Estado safávida em 1524, quando as forças do sultão Selim I derrotaram os safávidas em Tchaldiran, tendo ocupado Tabriz. Em 1533 o sultão Suleiman ocupou Bagdad, tendo alargado o domínio otomano sobre o sul do Iraque.
O apogeu dos Safávidas foi atingido durante o reinado de Abbas I, que procedeu a uma reorganização do exército e transferiu a capital para Isfahan (cidade do interior, longe da ameaça otomana), onde mandou construir mesquitas, palácios e escolas. Em 1602 Abbas expulsou os portugueses do Bahrein e em 1623 de Ormuz, locais onde estes se tinham estabelecido para controlar o comércio da Índia e do Golfo Pérsico. Estabeleceu um monopólio estatal sobre o comércio da seda e concedeu privilégios aos ingleses e neerlandeses.
O declínio da Pérsia safávida iniciou-se após a morte de Abbas I, durante os reinados de Safi (1629-1642) e Abbas II (1642-1667). Em 1722 a Pérsia foi invadida por tribos afegãs, que tomaram Isfahan.

Em 1736, depois de ter expulsado os afegãos, o líder turcomano Nader Xá, um dos chefes da tribo Afshar, funda a dinastia dos Afsharidas. Nader Xá alargou o seu domínio para leste, tendo invadido a Índia em 1738, de onde trouxe muitos tesouros para o Irã. Foi assassinado em 1747.
A dinastia dos Afsharidas foi seguida pela dinastia persa Zand (1750-1794), fundada por Karim Khan, um chefe da região de Fars, que estabeleceu sua capital em Shiraz. Karim Khan, governou até 1779 num clima de relativa paz e prosperidade, mas quando faleceu a dinastia Zand não conseguiu se impor.
Logo depois o país conheceria um novo período conturbado, que durou até 1794, quando Aga Muhammad Khan, chefe de uma tribo turca, funda a dinastia Qadjar. Esta permanecerá no poder até 1921, movendo-se em uma arena onde as novas potências - a Rússia Imperial e o Império Britânico - exerceriam grande influência política sobre os reis Qadjaridas. O Irã entretanto, conseguiu manter sua soberania e nunca foi colonizado - um caso raro na região.
Durante o reinado de Fath Ali Xá o Irã foi derrotado em duas guerras com a Rússia, que tiveram como consequências a perda da Geórgia, do Daguestão, de Bacu e da Arménia caucasiana. A modernização do Irã iniciou-se no reinado de Nasser al-Din Xá, durante o qual se procura lutar contra a corrupção na administração, assistindo-se à fundação de escolas, abertura de estradas e à introdução do telégrafo e do sistema postal.

Irão contemporâneo

A aspiração por modernizar o país levou à revolução constitucional persa de 1905-1921 e à derrubada da dinastia Qadjar, subindo ao poder Reza Pahlavi. Este pediu formalmente à comunidade internacional que passasse a referir-se ao país como Iran (Irã ou Irão, em português).
Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido e a União Soviética invadiram o Irã, de modo a assegurar para si próprios os recursos petrolíferos iranianos. Os Aliados forçaram o xá a abdicar em favor de seu filho, Mohammad Reza Pahlavi, em quem enxergavam um governante que lhes seria mais favorável. Em 1953, após a nacionalização da Anglo-American Oil Company, um conflito entre o xá e o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh levou à deposição e prisão deste último.
O reinado do xá tornou-se progressivamente ditatorial, especialmente no final dos anos 1970. Com apoio americano e britânico, Reza Pahlavi continuou a modernizar o país, mas insistia em esmagar a oposição do clero xiita e dos defensores da democracia.

Em 1979, a chegada do Aiatolá Khomeini, após 14 anos no exílio, dá início à Revolução Iraniana - apoiada na sua fase inicial pela maioria da população e por diferentes facções ideológicas - provocando a fuga do Xá e a instalação do Aiatolá Ruhollah Khomeini como chefe máximo do país. Estabeleceu-se uma república islâmica, com leis conservadoras inspiradas no Islamismo e com o controle político nas mãos do clero. Os governos iranianos pós-revolucionários criticaram o Ocidente e os Estados Unidos em particular pelo apoio dado ao xá; as relações com os EUA foram fortemente abaladas em 1979, quando estudantes iranianos tomaram funcionários da Embaixada americana como reféns. Posteriormente, houve tentativas de exportar a revolução islâmica e apoio a grupos militantes anti-Ocidente como o Hezbollah do Líbano. A partir de 1980, o Irã e o Iraque enfrentaram-se numa guerra destruidora que durou oito anos.
Reformistas e conservadores continuam a enfrentar-se no Irã, mas desta vez através da política. A vitória de Mahmoud Ahmad Inejad na eleição presidencial de 2005 tem dado causa a um aumento nas tensões entre o Irã e os EUA, em especial no que se refere ao programa nuclear iraniano.
Em 2009 Mahmoud Ahmad Inejad se reelegeu sob suspeitas internacionais de fraude, o que gerou revoltas na população iraniana, estas foram duramente reprimidas. O governo reafirmou sua intenção de concretizar o programa nuclear iraniano.

Geografia

Localizado no sudoeste asiático, entre o Iraque, a oeste, e o Afeganistão e o Paquistão, a leste, o Irã é banhado pelo Golfo de Omã, pelo Golfo Pérsico e pelo Mar Cáspio. Com uma área de 1.648.000 quilômetros quadrados, o Irã é o décimo-sexto maior país do mundo em território, o que equivale aproximadamente à área do Estado do Amazonas, no Brasil, ou um pouco maior do que as áreas de Angola e Portugal somadas. O país é muito vulnerável a terremotos, principalmente no sul.

Relevo

A maior parte do território do Irã corresponde a um planalto cercado por cadeias montanhosas.
Na região centro e este encontram-se dois desertos, o Dasht-e-Kavir e o Dasht-e-Lut. No primeiro formam-se alguns pântanos durante o Inverno e a Primavera, mas ambos são inóspitos e despovoados.
No norte, em paralelo com o Mar Cáspio, estão as montanhas Elburz, que possuem vários vulcões activos. A montanha mais elevada desta cordilheira, que é igualmente o ponto mais alto do Irão, é o Monte Demavend (5671 metros).
Os Montes Zagros estendem-se desde o noroeste do país, perto da fronteira com a Arménia, até ao sudeste, atingindo o Estreito de Ormuz.

Hidrografia

Os três grandes rios do Irão são o Karun, o Atrak e o Safid. O Karun é o principal rio navegável do país e nasce nos Montes Zagros, correndo para sul até a localidade de Khorramshahr, onde se une ao rio Shatt Al-Arab (Arvandrud).
O Irão possui poucos grandes lagos, sendo a maior parte deles de água salgada. O maior lago iraniano é o Lago Urmia, situado no noroeste do país, o oeste do Mar Cáspio. Cobre uma área que varia entre os 5 200 e 6 000 m² e caracteriza-se pela extrema salinidade das suas águas, sendo também o maior lago do Médio Oriente. Outro importante lago é o Namak, situado na província de Qom. Na província de Fars existem lagos de pequena dimensão, como o Daryachen-e-Tashk e o Daryachen-e-Bakh-Tegan.

Demografia

A população iraniana aumentou de maneira dramática durante a segunda metade do século XX, atingindo os 68 milhões em 2006. Nos últimos anos o crescimento populacional tende a desacelerar-se, de modo que, segundo as projecções, a população estabilizar-se-á em 100 milhões de habitantes pelo ano 2050. A densidade populacional do país é de 42 pessoas por km². As áreas mais povoadas do país são a região ocidental e setentrional.
O Irão é um mosaico de grupos étnicos, caracterizando-se as relações entre estes grupos pela harmonia. O maior grupo étnico-linguístico é composto pelos persas, que representam 51% da população.
A seguir aos persas destacam-se os azéri (24% da população), povo túrquico que reside sobretudo perto do Azerbaijão, mas que desde o início do século XX tem vindo a migrar para Teerão.
Os gilaki e mazandarani formam 8% da população e habitam, respectivamente, a costa ocidental e oriental do Mar Cáspio.
Os curdos, cerca de 7% da população, habitam a região da cordilheira de Zagros. A minoria árabe do Irão (3%) vive na região sudoeste do país, na província do Khuzistão. Outros grupos, representando cada um 2% da população, incluem os baluches (perto de Afeganistão e do Paquistão), os lur (que vivem na região central da cordilheira de Zagros) e os turcomanos (perto do Turcomenistão).
A maioria da população do Irã fala uma das línguas iranianas, embora o persa seja o idioma oficial.

Principais cidades

A principal cidade do Irão é Teerã, capital do país e da província homónima. Situada a 1132 metros de altitude, começou por ser um subúrbio da antiga cidade de Rey que foi destruída em 1220 pelos Mongóis. Em 1788 o primeiro soberano da dinastia Qajar conquistou Teerão e fez dela a capital. O grande desenvolvimento da cidade ocorreu a partir do primeiro quartel do século XX, razão pela qual Teerão é entre as cidades iranianas a que possui um aspecto menos oriental. A parte norte da cidade corresponde à cidade nova e a parte sul à cidade do tempo dos Qajar.
No Noroeste do Irão destaca-se a cidade de Tabriz, controlada em alguns períodos pela Rússia, facto que se exprime na sua arquitectura e na presença de um caminho-de-ferro que liga o Irão à antiga União Soviética.
Shiraz, capital da província de Fars e situada num oásis dos Montes Zagros, é conhecida por nela terem habitado grandes místicos do islão. Os túmulos destas figuras encontram-se na cidade que em função disso é denominada como "Torre dos Santos".
A cidade de Isfahan, localizada a aproximadamente 350 quilómentros a sul de Teerão, é famosa pela sua arquitectura. Em 1587 Abbas I fez dela a capital da dinastia, ordenando a construção de palácios e mesquitas. Os principais monumentos da cidade estão na praça Maydan-i-Shah, destacando-se também em Isfahan a Masgid-i Gami (Mesquita da Sexta-Feira).

Religião

A maioria dos iranianos é muçulmana, pertecendo 89% da população ao ramo xiita do islão, religião oficial do Estado. O Irão conta com 9% de muçulmanos sunitas, ramo ao qual pertencem a maioria dos muçulmanos do planeta. Os curdos são na sua maioria sunitas, enquanto que a minoria árabe reparte-se entre o islão xiita e o islão sunita.
A forma de islão xiita que hoje predomina no Irão é o xiismo duodecimano, que reconhece doze imames após Ali ibn Abi Talib. Embora sempre tenham existido xiitas no Irão, até ao século XVII a população era na sua maioria sunita. A explicação para esta mudança religiosa reside na adopção por parte da dinastia dos Safávidas do islão xiita como religião oficial e na sua imposição à população.
A constituição iraniana reconhece três minorias religiosas, os zoroastrianos, os judeus e os cristãos.
Antes da chegada do islão ao Irão no século VII, a maioria da população era zoroastriana, religião que era o culto oficial do Império Sassânida. Em 1986 estimava-se a existência de 32 mil zoroastrianos no Irão, residindo principalmente nas cidades de Teerã, Yazd e Kerman.
A comunidade judaica no Irão remonta aos tempos do cativeiro da Babilónia; quando Ciro II autorizou o regresso dos judeus a Canaã, muitos optaram por ficar, tendo adoptando a língua e cultura persas. Avalia-se em 45 mil o número de judeus iranianos que migraram para Israel entre 1948 e 1977. Com a revolução islâmica de 1979 o movimento migratório acentuou-se.
A minoria religiosa numericamente mais relevante no Irão é formada pelos cristãos, que são na sua maioria ortodoxos arménios, seguidos por cristãos assírios. Cada uma destas denominações têm direito a um lugar no parlamento.
A Fé Bahá'í, a maior minoria religiosa iraniana, nascida no país em meados do século XIX, não é reconhecida pelo Estado, sendo os seus membros alvo de perseguição desde a revolução de 1979.

Política

O sistema político do Irã tem por base a constituição de 1979, que fez do país uma república islâmica. Nos termos da constituição, as relações políticas, econômicas, sociais e culturais vigentes no país devem estar de acordo com o Islã.
O Guia Supremo (ou Faqih) é o chefe de Estado do Irã. O cargo é ocupado desde Junho de 1989 pelo aiatolá Ali Khamenei, que sucedeu a Khomeini. É eleito pela Assembleia dos Peritos para um mandato vitalício. Suas principais atribuições são a de comandante-em-chefe das Forças Armadas, nomeação do chefe do poder judiciário, do chefe da segurança interna, dos líderes das orações da sexta-feira, do director das estações de rádio e de televisão, bem como de seis dos doze membros do Conselho dos Guardiães. Pode demitir o Presidente do Irão caso considere que este não governa de acordo com a constituição.
O poder executivo compete ao presidente, segunda figura do Estado após o Guia Supremo. É eleito através de sufrágio universal para um mandato de quatro anos. Até 1989, ano em que foi aprovada uma reforma constitucional, este cargo detinha pouco poderes. A reforma aboliu o cargo de primeiro-ministro e concedeu maiores poderes ao cargo presidencial. O presidente nomeia e supervisiona o Conselho de Ministros e coordena as decisões governamentais. O seu poder encontra-se limitado pelo Guia Supremo. Os candidatos a presidente devem ser iranianos xiitas e seus nomes são previamente aprovados pelo Conselho dos Guardiães. O atual Presidente do Irã, eleito em 2005 e re-eleito em 2009 (numa eleição envolta em polémica), é Mahmoud Ahmad Inejad.
O poder legislativo é exercido por um parlamento unicameral (Majlis-e-Shura-ye-Eslami, "Assembleia Consultiva Islâmica") composto por 290 membros eleitos através de sufrágio universal para um período de quatro anos. À semelhança do que acontece com os candidatos a presidente, o Conselho dos Guardiães deve aprovar as candidaturas a deputado. Todas as leis aprovadas pelo parlamento devem ser enviadas para o Conselho dos Guardiães, que verifica se estas estão em concordância com a constituição e com o Islão. Em circunstâncias especiais, o parlamento pode demitir o presidente através um voto de censura com maioria de dois-terços.
O chefe do poder judiciário, atualmente Mahmoud Hashemi Shahrudi, é nomeado pelo Guia Supremo. O chefe do poder judiciário nomeia por sua vez o presidente do Tribunal Supremo e o procurador-geral. O sistema legal iraniano baseia-se na lei islâmica ou charia. Este sistema prevê a prática da retribuição, que permite, dentre outros casos, a um membro da família da vítima de homicídio executar a sentença. Os castigos corporais ou a amputação de membros estão previstos para casos como roubo, consumo de bebidas alcóolicas ou adultério.
O Conselho dos Guardiães é composto por doze juristas, metade dos quais são especialistas em direito religioso, sendo nomeados pelo Guia Supremo; a outra metade é formada por especialistas em direito civil nomeados pelo Conselho Supremo Judiciário e aprovados pelo parlamento. Este conselho analisa as leis do parlamento para garantir que se encontram de acordo com a constituição.
A Assembleia de Peritos foi originalmente constituída com o objectivo de redigir a constituição de 1979. Desde então, esta assembleia, composta por 86 membros, tem como função eleger o Guia Supremo, supervisionar a actuação deste e retirá-lo do exercício das suas funções, caso seja declarado incapacitado. Os membros da Assembleia devem ser clérigos e são eleitos para um período de oito anos.
O Conselho de Discernimento do Interesse Superior do Regime é um órgão composto por 22 membros (clérigos, juristas e políticos), nomeados pelo Guia Supremo. Atualmente é presidido por Hashemi Rafsanjani e a sua principal função é arbitrar os conflitos entre o parlamento e o Conselho dos Guardiães.

Defesa

As forças armadas regulares são compostas por três comandos principais:
  • Exército (artesh): contava com 350.000 homens (200.000 em reserva) em 2004;
  • Marinha (Niru Daryāi): contava com cerca de 18.000 homens em 2001;
  • Aviação (Niru Havayi): contava com aproximadamente 16.000 homens em 1996.
Para além da força armada regular, existe uma força criada com o objectivo de salvaguardar os preceitos da Revolução Islâmica: o Corpo de Guarda da Revolução Islâmica (Pasdaran). Dentro do mesmo espírito de fervor religioso, Khomeini criou em 1979 o Basij, grupo de voluntários, que actou na guerra Irã-Iraque. Hoje o Basij tem como principal função fazer cumprir os preceitos islâmicos no seio da população.
O serviço militar é obrigatório para os homens e tem a duração de 21 meses.

Política externa

A política externa iraniana baseia-se em dois princípios: eliminar influências externas na região (especialmente os EUA) e manter contatos estreitos com países em desenvolvimento e não-alinhados. O Irão não reconhece o Estado de Israel e as relações diplomáticas com os EUA foram rompidas pelo período de 1979 desde a Revolução Iraniana até 2007. Teerã está sob sanções da ONU desde 2006 devido ao seu programa nuclear. O país tem procurado projetar-se como uma liderança regional.
A eleição de Khatami em 1997 representou um ponto de viragem nesta política, expressa na tentativa de quebrar o isolamento do país e de melhorar a sua imagem internacional. Em 1998 Khatami dissociou-se da fatwa emitida contra o escritor Salman Rushdie, decisão que levou ao restabelecimento de relações diplomáticas com o Reino Unido. O antigo presidente propôs também a criação do projecto "Diálogo entre Civilizações".

Economia

O Irã foi um país essencialmente agrícola até aos anos 60 do século XX. A partir de então ocorreu uma descolagem da indústria, nomeadamente da indústria petroquímica, têxtil (situada principalmente em Isfahan e na região da costa do Mar Cáspio), automóvel, de construção de equipamentos electrónicos, de papel e alimentar.
A Revolução Islâmica teve consequências sobre o desenvolvimento económico, uma vez que se verificou uma redução drástica do investimento estrangeiro. A atividade turística, que tinha sido promovida pela dinastia Pahlavi através de medidas como a construção de hóteis e a pavimentação de estradas, praticamente desapareceu após a revolução. A situação económica viu-se agravada com guerra com o Iraque e pela queda do preço do petróleo a partir de 1985.
A subida do preço do petróleo a partir de 2003 beneficiou o Irão, que utilizou o dinheiro para programas sociais. Os poços de petróleo encontram-se situados no sudoeste do país, junto ao Golfo Pérsico.

Setor primário

Segundo dados de 2005 a agricultura contribui com 11,6% no Produto Interno Bruto do Irão, empregando 30% da população. As principais culturas agrícolas são o trigo e a cevada, seguidas por outros cereais como o centeio, o milho e o sorgo.
No nordeste do país tem ocorrido uma expansão da cultura do algodão. Nas regiões pantanosas situadas junto ao Mar Cáspio produz-se arroz. Outras culturas são a do tabaco, chá e beterraba açucareira.
O Irão é conhecidas pela produção de frutas,frescas e secas. Das primeiras destacam-se os citrinos das zonas do Mar Cáspio, as uvas, maçãs, peras e pêssegos da região central do país e as bananas da região próxima ao Golfo Pérsico. Entre os frutos secos salienta-se o pistachio.
O setor da pecuária é dominado pelo gado ovino e caprino, com uma menor presença do bovino; encontra como zona favorável ao seu desenvolvimento as zonas do noroeste do país, ricas em pastos. A criação de camelos para utilização como meio de transporte ainda é prática corrente.

A pesca também ocupa um importante lugar na economia, fornecendo produtos para consumo interno e externo, embora o seu potencial não tenha sido ainda completamente explorado. No Mar Cáspio encontram-se espécies como o salmão, a tainha e o esturjão; a partir das ovas desta última espécie se produz o caviar, sendo o iraniano um dos mais famosos do mundo. Por sua vez no Golfo Pérsico pescam-se espécies como a perca, a sardinha e o camarão. Nos rios do país pesca-se a truta, o barbo e outros peixes de água doce.

Setor terciário

As principais importações do Irão são os produtos alimentares, maquinaria, o equipamento de transporte, ferro e aço. Quanto às exportações, destacam-se, para além do petróleo, os tapetes, os frutos secos, as manadas de gado e as especiarias. Os principais países com os quais o Irão mantém relações comerciais são a Alemanha, a China, o Japão, a Itália e a África do Sul. O Irão não possui relações comerciais directas com os Estados Unidos da América desde 1985.
A moeda do Irã é o rial, emitida pelo Banco Central da República Islâmica do Irão. Os bancos e as seguradoras foram nacionalizados em 1979, mas em 2001 o governo atribuiu duas licenças para que se constituissem dois bancos privados. Os bancos regulam-se pela lei islâmica, e como tal não praticam o juro, cobrando apenas uma comissão.

Infraestrutura

Educação

A educação é obrigatória para todas as crianças entre os 6 e os 10 anos de idade. De acordo com dados de 2005, 81,3% da população com mais de 15 anos de idade encontra-se alfabetizada. Desde a Revolução Islâmica de 1979 que todas as escolas e universidades devem promover os valores do islão, tendo se verificado um afastamento em relação a modelos educativos seculares.
A educação primária é seguida por um ciclo de três anos que procura avaliar as aptidões dos alunos e orientá-los para os vários tipos de ensino secundário.
Existem no Irão mais de 100 instituições de ensino superior. Após a Revolução Islâmica muitos académicos foram forçados a abandonar os seus lugares devido às suas ligações com a monarquia ou pela sua identificação com valores seculares, o que provocou uma falta de pessoal nestas instituições. Algumas universidades foram mesmo encerradas no início da década de 80 e outras mudaram de nome. Muitos iranianos encontram-se a estudar no estrangeiro devido a este fenómeno e também porque existe no país a mentalidade que uma educação no exterior é superior. As universidades iranianas mais importantes são a Universidade de Teerã (fundada em 1934), a Universidade de Shiraz (fundada em 1945) e a Universidade de Isfahan (fundada em 1950).

Mídia

A legislação iraniana estabelece que a televisão e a rádio devem ser operadas pelo Estado e devem estar de acordo com os valores islâmicos. O organismo responsável pelas estações de televisão e de rádio é o Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRBI). O IRBI opera várias estações de televisão em língua persa e nas línguas regionais, sendo a mais vista o Canal 3, dedicado aos jovens. O Irão procura também captar audiências nos países árabes do Médio Oriente através dos canais Al-Alam e Al-Kawthar. Apesar do governo ter declarado ilegal o uso de antenas parabólicas em 1995, estas são toleradas e gozam de uma ampla popularidade entre a população. Alguns dos canais captados via satélite são operados por dissidentes do regime que vivem no estrangeiro e que utilizam os canais para a crítica governamental.
A maior parte jornais estão sediados em Teerão. Os jornais mais populares são o Kayhan e o Ettelaat, para além dos jornais desportivos.
Os provedores de internet no Irão utilizam filtros que bloqueiam páginas cujo conteúdo seja pornográfico, considerado anti-islâmico ou crítico do regime. Estima-se que cerca de 7 milhões de iranianos possuam acesso à internet.

Cultura

Literatura

A literatura persa desenvolveu-se a partir do século IX, nas cortes das dinastias locais que resultaram da decadência do califado abássida. A poesia tem sido a forma dominante desta literatura. Considera-se como primeiro grande poeta persa Rudaki (859-941), figura que esteve ao serviço da corte dos Samânidas. Rudaki foi seguido por nomes como Firdausi (940-1020), autor do épico Shahnameh e Omar Khayyam, astronómo e matemático que foi autor da colectânea de poesia Rubaiyat. Antes da sua entrada em decadência a partir do século XV, a literatura persa ficou marcada pela obra de poetas místicos como Rumi, Saadi e Hafiz.
 

Cinema

A sétima arte chegou ao Irã em 1900, cinco anos depois do seu nascimento. Neste ano, Mirza Ebrahim Khan Akkas Bashi, fotógrafo oficial da corte do xá Mozzafar al-Din, considerado como o primeiro realizador iraniano, acompanhou uma visita do xá à Europa. Em Paris, Akkas Bashi comprou uma câmara que utilizou para filmar a visita do seu soberano à Bélgica. A primeira sala de cinema no Irã surgiu 1905 em Teerã.
Os filmes iranianos tem participado (e em alguns caso sido galardoados) em prestigiados festivais de cinema internacional, como o Festival de Cannes, a Mostra de Veneza ou o Festival de Berlim.

Património Mundial da Humanidade

O Irã possui oito sítios classificados pela UNESCO como Patrimônio Mundial:
  • Meidan Emam - praça de Abbas I em Isfahan;
  • Persépolis - antiga capital persa, fundada por Dário I em 518 a.C.;
  • Tchogha Zanbil - capital religiosa do reino elamita fundada em 1250 a.C. e que é hoje um sítio arqueólogico;
  • Bam e a sua paisagem cultural - cidade do período aqueménida fundada entre o século VI e o século IV a.C.. Os seus monumentos foram danificados devido ao terramoto de 2003;
  • Pasárgada - capital do império aqueménida
  • Takht-e Soleyman - sítio arqueológico onde se encontram ruínas arqueológicas, como um templo sassânida dedicado à deusa Anahita;
  • Soltaniyeh;
  • Bisotun.

Culinária

Quase todas as refeições iranianas incluem o pão (nun) ou o arroz (berenj). Existem basicamente quatro variedades de pão: lavash, pão consumido ao pequeno-almoço, achatado e fino; barbari, um pão fofo e salgado, feito com farinha branca e por vezes coberto por sementes de sésamo (gergelim); sangak, pão comprido cozido sobre pedras (sangak significa pedra em língua persa) e o taftun, pão fino em forma oval.
O arroz simples cozido é chamado de chelo; quando cozinhado com outros ingredientes, como frutos secos ou carnes é chamado pollo. O açafrão é muito utilizado para dar cor e sabor ao arroz. O arroz é acompanhado por carnes, sendo as mais consumidas a de ovelha e carneiro; o porco não é consumido devido à religião islâmica.
Os iranianos preferem o chá ao café. Acompanhando o serviço de chá encontram-se cubos de açúcar (ghand); o costume iraniano manda pegar num cubo, passá-lo pela chávena de chá e depois colocá-lo na boca, junto aos dentes da frente para que se dissolva à medida que o chá vai sendo bebido. O café no Irã é consumido forte, sem leite e com bastante açúcar.

Desporto

O desporto tradicional do Irão é o Varzesh-e Pahlavani (o que significa "desporto dos heróis" ou "desporto dos campeões"), uma arte marcial que remonta provavelmente à época da dinastia dos Partos. Mistura elementos do culturismo e da luta e é praticado num edifício conhecido como o zoorkhaneh. Os exercícios são conduzidos pelo morshed, homem que canta versos de poesia. Trata-se de um desporto que atribui grande importância a valores como a bravura e a caridade.
Os atletas iranianos participaram pela primeira vez nos Jogos Olímpicos em 1948. O país ganhou a sua primeira medalha olímpica nos Jogos Olímpicos de 1952, em Helsinquia, com Gholamreza Takhti, vencedor da medalha de prata na luta. Este atleta venceu ainda uma medalha de ouro em 1956 e de prata em 1960. Em 1956 o país fez a sua estreia nos Jogos Olímpicos de Inverno. Hossein Reza Zadeh é actualmente o detentor do recorde do mundo de halterofilismo na categoria de mais de 105 kg, tendo sido o primeiro iraniano a ganhar duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos.
Após a Revolução Islâmica de 1979, o desporto foi negligenciado, tendo as mulheres sido proibidas de participar como atletas em eventos desportivos. A situação agravou-se com a guerra com o Iraque dos anos 80. Contudo, desde a década de 90 o desporto tem sido valorizado, tendo as mulheres voltado a participar.
O futebol é hoje o desporto mais popular entre os iranianos. A equipa de futebol nacional ("Melli") consagrou-se como vencedora na Copa da Ásia de 1968, 1974 e 1976. O Irão fez a sua estreia na Copa do Mundo em 1978.

Fonte: wikipedia.