"Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham a noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis". Lawrence da Arábia

sábado, 24 de julho de 2010

Os Drusos

Os drusos (em árabe: درزي, pl. دروز, transl. darazī, pl. durūz; em hebraico: דרוזים‎, transl. druzim) são uma pequena comunidade religiosa autônoma que reside sobretudo no Líbano, Israel, Síria, Turquia e Jordânia (pequenas comunidades expatriadas existem ainda nos EUA, Canadá, América Latina, Austrália, e Europa). Eles usam a língua árabe e seguem um modelo social muito semelhante ao dos Árabes da região. Não são considerados muçulmanos pela maioria dos muçulmanos da região, apesar de alguns drusos dizerem que a sua religião é islâmica. A maioria dos drusos considera-se árabe, apesar de alguns drusos israelenses não se considerarem como tal. Existem cerca de um milhão de drusos em todo o mundo, a maioria dos quais vivendo no Médio Oriente.

Os drusos auto-intitulam-se em árabe como Ahl al-Tawhīd "a família do monoteísmo". A origem do nome druso é debatida, mas costuma ser ligada com Maomé al-Darazi, um antigo mensageiro da comunidade, que é considerado um herético pelos drusos hoje em dia.

História

A religião desenvolveu-se a partir do Islã ismaelita, um movimento filosófico baseado no califado fatimida, no século X, numa época de particular riqueza cultural. A religião não tentou reformar o Islã, mas criar um novo corpo religioso, influenciado pela filosofia grega, a gnose e o cristianismo, entre outros. Os principais atores foram Tariq al-Hakīm (também conhecido como Al-Hakim bi-Amr Allah, o califa que clamou ser Deus), e Hamza ibn-'Ali ibn-Ahmad, o principal líder do movimento. Foi Hamza que proclamou publicamente pela primeira vez que Hakīm era Deus. Hakīm enfrentou a oposição dos muçulmanos ortodoxos por aquilo que eles consideraram como apostasia e foi desdenhado pela sua violência extrema, ao perseguir minorias religiosas (tais como os cristãos). Em 1010, Hakīm destruiu a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

Porque os drusos consideram Tariq al-Hakīm como a encarnação de Deus, foram perseguidos pelos muçulmanos ortodoxos, em especial depois da morte de Hakīm em 1021. Os drusos usaram então a taqiyya ("dissimulação"), mantendo a sua verdadeira crença em segredo e aceitando formalmente a religião dominante. Os drusos acreditam que Hakīm desapareceu e irá regressar no final do tempo.

Os drusos tiveram um papel importante na história do Levante. Eles estavam espalhados pelo Monte Líbano, que era conhecido como a Montanha dos Drusos, e, mais tarde, no igualmente chamado Monte dos Drusos (Jabal al-Durūz ou Jabal ad-Duruz (Arabic: جبل الدروز‎) ou ainda, Jabal al-Arab), na Síria.

Os drusos também tiveram um papel importante na Guerra Civil Libanesa (1975-1990). Organizaram uma milícia, provavelmente a mais forte da guerra no Líbano, sob o comando de Walid Jumblatt, filho de Kamal Jumblatt - em oposição à milícia cristã maronita falangista de Bachir Gemayel. Eles estavam baseados na área do Monte Líbano, especialmente na região do Shouf.

Fonte: wikipedia

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