"Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham a noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis". Lawrence da Arábia

sábado, 24 de julho de 2010

Arábia Saudita المملكة العربية السعودية

A Arábia Saudita (em árabe: السعودية, transl. as-Su’ūdiyya), oficialmente Reino da Arábia Saudita (em árabe: المملكة العربية السعودية‎, transl. al-Mamlaka al-ʻArabiyya as-Suʻūdiyya), é um país do Sudoeste da Ásia, sendo a maior nação do Oriente Médio. Faz fronteira com a Jordânia e com o Iraque no norte e nordeste, com o Kuwait, Catar,e Emirados Árabes Unidos no leste, com Omã no sudoeste e com o Iêmen no sul. O Golfo Pérsico fica a nordeste e o Mar Vermelho a oeste do país. Tem uma população estimada em 28 milhões de habitantes e seu tamanho é de cerca de 2.149.690 quilômetros quadrados.

O Reino é às vezes chamado de "A Terra das Duas Mesquitas Sagradas", em referência a Meca e Medina, os dois lugares mais sagrados do Islã. As duas mesquitas são Al Masjid Al-Haram e Al Masjid Al-Nabawi. O Reino atual foi fundado por Abdul-Aziz bin Saud, cujo empenho começou em 1902 quando ele capturou o ancestral de Al-Saud de Riade e culminou em 1932 com a proclamação e o reconhecimento do Reino da Arábia Saudita, apesar de suas origens nacionais remontarem a 1744 com a criação do Primeiro Estado Saudita.

A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo, sendo a principal fonte da economia saudita. O petróleo representa mais de 90% das exportações e quase 75% das receitas do governo, facilitando a criação de um estado de bem-estar social, que o governo tem encontrado dificuldades para financiar durante os períodos de baixos preços do petróleo.

História

Muitos povos têm vivido na Península ao longo de mais de 5 mil anos. A cultura Dilmun, ao longo da costa do Golfo, era contemporânea dos sumérios e dos antigos egípcios, e a maior parte dos impérios do mundo antigo estabeleceu trocas comerciais com os Estados da Península.

A fundação do Islã por Maomé no ano de 620 da era atual e a subsequente importância religiosa das cidades árabes de Meca (também conhecida como Makkah) e Medina concederam aos governantes desse território considerável influência além da Península.

O Estado Saudita surge na Arábia Central em 1744. Um chefe local, Muhammad bin Saud, uniu forças a um resgatador dos fundamentos do Islã, Muhammad Abd Al-Wahhab, para criar uma nova entidade política. O moderno Estado Saudita foi fundado pelo último Rei Abdul Aziz Al-Saud (conhecido internacionalmente como Abdul Aziz Ibn Saud).

Em 1902, Abdul Aziz Ibn Saud capturou Riade, a capital ancestral da dinastia de Al-Saud à família rival Rashid. Continuando estas conquistas, Abdul Aziz subjugou Al Hasa, o resto do Nejd e do Hijaz entre 1913 e 1926. A 8 de Janeiro de 1926 Abdul Aziz Ibn Saud torna-se Rei do Hijaz. A 29 de Janeiro de 1927 ele tomou o título de Rei do Nejd (seu título Nejdi anterior era de Sultão). Pelo Tratado de Jidá, assinado a 20 de Maio de 1927, o Reino Unido reconheceu a independência do reino de Abdul Aziz (então conhecido como Reino de Hijaz e Nejd). Em 1932, estas regiões foram unificadas como o Reino da Arábia Saudita. A descoberta de petróleo em 3 de Março de 1938 transformou o país.

As fronteiras com a Jordânia, o Iraque, e o Kuwait foram estabelecidas por uma série de tratados negociados nos anos de 1920, que criaram duas "zonas neutras", uma com o Iraque e outra com o Kuwait. A zona neutra Saudita-Kuwaitiana foi administrada conjuntamente em 1971, com cada Estado partilhando igualitariamente os recursos petrolíferos da zona.

Tentativas de acordo para a partilha da zona neutra Saudita-Iraquiana chegaram a um termo em 1981, sendo finalizadas em 1983. A fronteira sul do país com o Iémen foi parcialmente definida em 1934 com o Tratado de Taif, pondo fim a uma breve guerra fronteiriça entre os dois Estados. Um tratado adicional assinado em Junho de 2000 delineou porções da fronteira com o Yemen. A localização e status da fronteira da Arábia Saudita com os Emirados Árabes Unidos não está finalizada; a fronteira de fato reflete um acordo de 1974. A fronteira entre a Arábia Saudita e o Qatar foi definida em Março de 2001. A fronteira com Oman ainda não está demarcada.

Durante a guerra árabe-israelense de 1973, a Arábia Saudita participou do boicote do petróleo árabe aos Estados Unidos e aos Países Baixos. Como membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Arábia Saudita juntou-se a outros países-membros elevando moderadamente o preço do petróleo em 1971.

Em 1990-91, o Rei Fahd desempenhou um papel-chave antes e durante a Guerra do Golfo: a Arábia Saudita acolheu a família real kuwaitiana além de 400.000 refugiados e ao mesmo tempo permitiu a entrada de tropas ocidentais e árabes em seu território para a liberação do Kuwait no ano seguinte.

Quando o então Rei Fahd sofreu um enfarte em novembro de 1995, o seu sucessor, então Príncipe Herdeiro Abdallah, assumiu muitas das responsabilidades rotineiras da condução do governo. Morto o Rei Fahd em 1 de agosto de 2005, Abdallah sucedeu-lhe, convertendo-se no atual rei do país.

Geografia

A Arábia Saudita é um país do sudoeste da Ásia. Ocupa 4/5 da Península Arábica e estende-se por 1950 km, de noroeste a sudeste, e por 1240 km, de sudoeste a nordeste.

Em área é o maior país árabe, com uma superfície de 1 960 582 km². Está limitado pela Jordânia, pelo Iraque e pelo Kuwait, a norte; pelo Golfo Pérsico, pelo Qatar, pelos Emirados Árabes Unidos e por Omã, a leste; pelo Iémen, a sul; e pelo mar Vermelho, a oeste. As cidades mais importantes são Riade, a capital, com 4.260.000 habitantes (2005), Jeddah (3.400.000 hab.) (2005), Meca (1.691.100 hab.) (2005), Medina (1.300.000 hab.), Dammam (1.300.000 hab.), Tabuk (730.000 hab) e Taif (700.000 hab.) (2005).

A maior parte do território da Arábia Saudita é quase toda constituída por desertos.

Demografia

A população da Arábia Saudita em 2003 é estimada em cerca de 28,3 milhões de habitantes, incluindo cerca de 6,4 milhões de residentes estrangeiros. Até à década de 1960, a maioria da população era nômade ou seminômade, mas devido ao rápido crescimento econômico e urbano, mais de 95% da população é agora sedentária. Algumas cidades e oásis têm densidades demográficas de mais de 1.000 habitantes por quilómetro quadrado.

A maior parte dos sauditas é etnicamente árabe. Alguns são de origem étnica mista e descendem de turcos, iranianos, indonésios, indianos, africanos e outros, a maioria dos quais chegou ao país na qualidade de peregrinos e reside na região do Hejaz, ao longo da costa do mar Vermelho. Muitos árabes de países vizinhos estão empregados no reino. Existem também números significativos de expatriados asiáticos, provenientes principalmente da Índia, Paquistão, Bangladesh, Indonésia e Filipinas. Existem menos de 100.000 cidadãos ocidentais na Arábia Saudita.

É difícil calcular números exatos relativos às religiões professadas na Arábia Saudita, porque o governo afirma que 100% dos cidadãos são muçulmanos.

Religião

Na Arábia Saudita foi revelado o Alcorão pelo profeta Maomé, religião a qual denominou-se de Islã. Atualmente, a constituição do país é baseada no Alcorão, e nos resgates monoteístas que Muhammad Abd Al-Wahhab realizou sobre o Alcorão e a Sunnah.

A prática pública de qualquer outra religião que não o Islã é proibida naquele país. Esta medida é alvo de várias críticas de entidades no resto do mundo. Por exemplo, em 2003, um relatório da U.S. Commission on Religious Freedom (comissão para a liberdade religiosa), uma organização estatal americana que investiga as violações à liberdade religiosa no mundo, chamou à Arábia Saudita de o maior violador das liberdades religiosas.

Vários casos, entre os quais o caso recente do professor Mohammad al-Harbia, um professor da escola secundária saudita condenado a 40 meses de prisão e a 750 chicotadas em público por ter discutido a Bíblia e ter dado uma imagem positiva do Judaísmo aos seus alunos, têm originado uma condenação pela opinião pública internacional.

Política

A Arábia Saudita é uma monarquia absoluta, de forma que o rei não é apenas o chefe do Estado, mas também do governo. A lei básica adotada em 1992 declarou que Arábia Saudita é uma monarquia governada pelos filhos e pelos netos do rei Abd Al Aziz Al Saud.

O país tem mostrado um profundo desprezo pelos direitos humanos. Porém, devido à pressões internacionais vem diminuindo o rigor do seu regime absolutista. Em 2005 foram convocadas as primeiras eleições municipais daquele país, eleições transtornadas, é verdade, mas foi um grande passo para um país de tradição tão rígida.

Apesar de seu regime absolutista a Arábia Saudita é o principal aliado muçulmano dos EUA na região.

Legislativo: não há.
Partidos políticos: não há.
Constituição em vigor: não há — o rei governa de acordo com a Sharia, a lei sagrada do islamismo.
Organizações: Banco Mundial, FMI, ONU, Opep.

Símbolos Nacionais

A bandeira nacional consiste de um pano verde com texto em caracteres árabes brancos sobre uma espada, também branca. O texto na bandeira é o da shahada a declaração de fé islâmica:

لا إلاه إلالله محمد رسول الله
La ilaha Ilallah Muhammad Al Rasululah
"Não há deus senão Alá, e Maomé é o seu mensageiro"

O brasão de armas é composto por duas espadas cruzadas com fios de cor prata e empunhaduras de cor ouro, ambas com suas pontas colocadas para baixo e situadas abaixo de uma palmeira de cor verde. Este emblema foi adotado em 1950, embora as duas espadas cruzadas tem figurado com anterioridade em antigas bandeiras sauditas. A palmeira e as duas espadas cruzadas aparecem representadas, em outras insígnias do país, em um dos quadrantes superiores do estandarte do monarca saudita.

Aash Al Maleek ("Vida Longa ao Rei") é o hino nacional da Arábia Saudita.

Subdivisões

A Arábia Saudita está dividida em 13 províncias (manatiq; singular: mintaqah):

1.Al Bahah
2.Al Hudud ash Shamaliyah
3.Al Jawf
4.Al Madinah
5.Al Qasim
6.Ar Riyad
7.Ash Sharqiyah
8.'Asir
9.Ha'il
10.Jizan
11.Makkah
12.Najran
13.Tabuk

Economia

A extração e exportação do petróleo constitui a atividade econômica mais importante, sendo a Arábia Saudita o maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), onde tem se firmado como maior produtor aumentando suas exportações. Também são produzidas quantidades significativas de gás natural.

Até há pouco tempo, a produção agrícola era limitada pela inexistência de água e pela grande salinidade do solo.

Agora, graças à irrigação, a Arábia Saudita tornou-se num grande produtor de trigo. A tâmara, o tomate, a melancia, a cevada, a uva, o pepino, a abóbora, a berinjela, a batata, a cenoura e a cebola são também culturas importantes.

Os principais parceiros comerciais da Arábia Saudita são os Estados Unidos da América, o Japão, o Reino Unido, a Alemanha, a França e a Coreia do Sul.

A Arábia Saudita é um grande destino de imigração proveniente do sul e leste da Ásia e da África Oriental, principalmente de trabalhadores não especializados.

Escassez de Água

A região não tem lagos ou rios. Por isso, o país sofre com a escassez de água e para suprir essa necessidade realiza a dessalinização da água. A capital Riad é abastecida com água transportada por 370 km do Golfo da Árabia para então ser dessalinizada. Com o aperfeiçoamento da tecnologia, os custos do processo têm diminuído.

Outra tentativa envolve a procura por água em aquíferos subterrâneos. Em março de 2010, o processo foi iniciado por cientistas alemães contratados pelo governo saudita que têm feito a abertura de buracos com até 2 mil metros de profundidade.

Cerca de 85% da água é utilizada na agricultura.

Educação

Quando o Reino da Arábia Saudita foi fundado em 1932, a educação não era acessível a todas as pessoas, e era limitada a instrução individualizada nas escolas religiosas em mesquitas nas áreas urbanas. Essas escolas ensinavam leis islâmicas e habilidades básicas de leitura. No final do século XX, a Arábia Saudita possuía um sistema educacional que cobria todo o país, provendo treinamento gratuito da pré-escola até a universidade a todos os cidadãos.

O sistema educacional primário na Arábia Saudita começou na década de 1930. Em 1945, o Rei Abdula Aziz bin Abd Elrahman Al-Saud, o fundador do país, iniciou um extensivo programa para estabelecer escolas no reinado. Seis anos depois, em 1951, o país possuía 226 escolas e 29.887 estudantes. Em 1954, o Ministério da Educação foi fundado, chefiado pelo príncipe Fahd bin Abdulaziz como o primeiro Ministro da Educação. A primeira universidade foi King Saud University, fundada em 1957.

No início do século XXI o sistema nacional de educação pública possui vinte universidades, mais que 24 mil escolas, e uma grande quantidade de colégios e outras instituições de educação e treinamento. O sistema provê aos estudantes educação e livro gratuito, serviços de saúde, e é acessível para todos os cidadãos. Mais que 25%da receita anual do estado é para a educação, incluindo treinamento vocacional. O reinado tem também trabalhado em programas escolares para enviar estudantes para os Estados Unidos da América, Canadá, França, Reino Unido, Austrália, Japão, Malásia e outras nações. No início do século XXI milhares de estudantes são mandados para o exterior através de programas de educação superior todos os anos.

O estudo do Islã permanece como o centro do sistema educacional da Arábia Saudita. Os aspectos islâmicos do currículo nacional foram examinados em 2006 em um relatório por Freedom House. O relatório percebeu que nas classes de educação religiosa (e em qualquer escola religiosa) as crianças eram ensinadas a depreciar outras religiões, assim como outras ramificações do Islã. O currículo de estudos religiosos da Arábia Saudita é ensinado fora do Reino em madraças (escolas)espalhadas pelo mundo.

Gastronomia

A comida local é bastante condimentada. As carnes mais comuns são o frango e o carneiro, sendo a carne suína proibida por lei, segundo a sharia. As comidas mais encontradas são o arroz, as lentilhas, homus (pasta de grão-de-bico), kultra (espetadas de frango ou carneiro), kebab (servido com sopa e legumes), mezze (entradas variadas) e muhalabia (pudim de arroz). O álcool é proibido no país, e ser apanhado bêbado pode causar graves problemas.

Fonte: wikipedia

Nenhum comentário:

Postar um comentário