"Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham a noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis". Lawrence da Arábia

domingo, 8 de agosto de 2010

Marrocos المغرب

Marrocos é um país localizado no extremo noroeste da África, estando limitado a norte pelo Estreito de Gibraltar (por onde faz fronteira com a Espanha), por Ceuta, pelo Mar Mediterrâneo e por Melilha, a leste e a sul pela Argélia, a sul pelo Saara Ocidental (território que controla) e a oeste pelo Oceano Atlântico. A capital do país é a cidade de Rabat. É o único país do continente africano que não faz parte da União Africana, porque Saara Ocidental foi aceito como membro.

História
Marrocos, tal como grande parte do Norte de África esteve sucessivamente sob o domínio dos fenícios, do Império Romano e do Império Bizantino até à chegada dos árabes, que trouxeram o Islã e fundaram o reino de Nekor, nas montanhas do Rif, no século VII.
Os berberes, no entanto, assumiram o controle no século XI e governaram, não só Marrocos (agregando-lhe reinos vizinhos), mas também a parte sul da península ibérica, até ao fim do século XII.
Em 1415, Portugal virou os olhos para África e começa com a conquista de Ceuta e, no século seguinte, a maior parte do litoral marroquino estava nas mãos de portugueses e espanhóis. Ceuta continua sob soberania espanhola até hoje.
Em 1904, na Conferência de Algeciras, a Inglaterra concedeu à França o domínio de Marrocos, cujo sultão tinha contraído uma grande dívida com aquele país da Europa (em troca, a França concordou que o Reino Unido governasse o Egito). Em 1859, a Espanha anexou Marrocos, anexação essa que terminaria quando o sultão marroquino Moulay Abd al-Hafid aceitou em 1912, o estatuto de protectorado francês.
A seguir à Segunda Guerra Mundial, de acordo com a “Carta do Atlântico” (assinada em 1941 Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt, em 1941), as forças vivas de Marrocos exigiram o regresso do sultão Mohammed V e em 1955, a França, que já se encontrava a braços com insurreição na Argélia, concordou com a independência da sua colônia, que foi celebrada dia 2 de Março de 1956.
A mudança do controle francês sobre Marrocos para as mãos do sultão e do Partido Independentista Istiqlãl decorreu calmamente.
Em Agosto de 1957, Sidi Muhammad transformou Marrocos em um reino, passando a usar o título de rei. Quando, em 1959, o Istiqlãl se dividiu em dois grupos (um, abrangendo a maioria dos elementos do Istiqlãl, conservador e obediente a Muhammad 'Allãl al-Fãsi, apoiante de Sidi; outro, de carácter republicano e socialista, que adotou o nome de (União Nacional das Forças Populares), Sidi Muhammad aproveitou a oportunidade para distanciar a figura do rei dos partidos, elevando-o a um papel arbitral.
Tal manobra política contribuiu decisivamente para o fortalecimento da monarquia, como se verificou no referendo de 1962, já com Mulay Hassan, filho de Sidi (falecido em 1961), como rei Hassan II, em que foi aprovada uma Constituição de cariz monárquico.
Um ano após, foram realizadas eleições parlamentares que levaram a conjuntura política a um beco sem saída. Tal fato permitiu a concentração de poderes em Hassan II, como ficou demonstrado na Constituição de 1970, que não sobreviveu a uma tentativa de golpe de Estado, em 1971. Sucedeu-lhe uma outra Constituição em 1972, que só foi implementada efetivamente após outra tentativa de golpe de Estado em Agosto desse ano.
O ano de 1974 marcou o início de uma nova orientação da política de Hassan II, a partir do momento em que Marrocos declarou a sua pretensão sobre o Saara Espanhol, rico em minérios (sobretudo fosfato), pretensão essa que foi concretizada em Novembro de 1975, com o avanço da "Marcha Verde", constituída por 350.000 voluntários desarmados, sobre o protectorado da Espanha, que evitou o conflito e conduziu à assinatura de um acordo em que eram satisfeitas as ambições de Marrocos.
No entanto, muitos têm sido os obstáculos à política marroquina: primeiro, a luta da guerrilha Polisário (Frente Popular para a Libertação de Saguia e do Rio do Ouro), apoiada, quer pela Argélia, quer, mais tarde, pela Líbia, e que recusou, inclusive, os resultados de um referendo promovido por Hassan II em 1981; segundo, a condenação por parte das ONU; e, terceiro, a criação do Saara Ocidental em 1989, que tem obtido o reconhecimento de um número crescente de países.
Em 1994, o secretário-geral das Nações Unidas, Boutros-Ghali, propôs um aprofundamento das negociações com o objetivo de promover um processo de recenseamento eleitoral o mais completo possível, de modo a um futuro referendo ter uma legitimidade aceitável por ambas as partes.
Por último, é de salientar o papel que Marrocos tem desempenhado no importante processo de paz na Palestina, através de um relacionamento equilibrado entre Hassan II e as partes beligerantes, a Organização de Libertação da Palestina (OLP) e Israel, que permitiu, nomeadamente, o estabelecimento de interesses económicos naqueles países.

Geografia
Localizado no chamado Maghrebe, o reino de Marrocos é banhado pelo Oceano Atlântico a oeste, e pelo mar Mediterrâneo a norte, e faz fronteira com a Argélia a leste, a sul e sudeste com a Mauritânia. Abrange uma área total de 446.550 km². A capital, Rabat, com uma população de 1.618.700 habitantes (2004), destacando-se também outras cidades, como Casablanca, a maior do país, com 3.741.200 habitantes, Tânger (629 800 hab.) e Fez (1.019.300 hab.).
Marrocos caracteriza-se por ser um país montanhoso, destacando-se duas cadeias montanhosas: o Rif, com a orientação noroeste-sudeste, que faz, geologicamente, parte das cordilheiras do Sul da Península Ibérica, e que tem como ponto mais alto o monte Tidirhine com 2.456 m; e o Atlas, no Centro do país, com a orientação leste-oeste, cujo ponto mais alto é o monte Tubkal (4.165 m). A leste, situa-se a bacia do Muluya, uma região de terras baixas, semiárida, criada pela erosão do rio Muluya. Mais a leste e a sudeste, encontram-se os altos planaltos, com cerca de 1000 metros de altitude. No Sul, iniciam-se as terras áridas do deserto do Saara.

Demografia
Em 2003, a população era de 31.689.263 habitantes, que vivem principalmente nas áreas planas a norte e oeste da cadeia do Atlas. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respectivamente, de 23,26‰ e 5,78‰.
A esperança média de vida é de 70,04 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,654 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,590 (2001).
Estima-se que, em 2.025, a população seja de 42.553.000 habitantes. Os árabes representam cerca de 70% da população e os berberes 30%; todas as outras etnias não chegam a corresponder a 1%. A religião dominante é a muçulmana sunita (99%). A língua oficial é o árabe.

Política

Marrocos é uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito democraticamente, mas em que o rei é igualmente o chefe do governo.

Política Interna

A aliança de forças políticas que patrocinaram a independência manteve-se no poder até 1958, quando o Istiqlal assumiu o Governo. Pouco depois, o partido dividiu-se em duas facções. A ala esquerda, excluída da administração central, venceu as eleições legislativas realizadas em 1960, tornando-se importante força de oposição ao Governo conservador então no poder. Em 1961, com a morte do Rei Mohammed V, subiu ao trono seu filho, Moulay Hassan, que passou a governar com o nome de Hassan II.

Política Externa

Em seu conjunto, a política externa do Marrocos pode ser qualificada de ecumênica, na qual cabem relações, embora frias, com Israel, e bom entendimento com os Estados Unidos, exceto no que diz respeito a diferenças quanto ao Oriente Médio. Além disso, o Marrocos vem ampliando o escopo de sua atuação diplomática, mediante a intensificação das relações com a América Latina e o Extremo Oriente – especialmente com a República Popular da China e Coreia do Sul. Mohammed VI está pessoalmente empenhado em diversificar e intensificar a presença marroquina no cenário internacional.

Economia
A economia deste país baseia-se na agricultura, nos serviços, na indústria transformadora e na exploração mineira.
A terra arável abrange 8,5 milhões de hectares e proporciona produções de trigo, milho, cevada, citrinos, cana-de-açúcar e algodão, entre outras. A exploração mineira centra-se na extracção de fosfatos no Saara Ocidental.
As principais produções das indústrias transformadoras são os produtos alimentares, os têxteis, os artigos de couro e os adubos. O turismo constitui uma importante fonte de receitas. Os principais parceiros comerciais de Marrocos são Portugal, França, Espanha, os EUA e a Alemanha.

Cultura
Um dos grandes eventos de Marrocos é a ultramaratona na areia, que é disputada no sul do país. Os competidores percorrem 206 quilômetros em seis etapas. Os participantes carregam uma mochila com todo o material necessário, mas só podem beber nove litros de água por dia. Tempestades de areia e bolhas nos pés são os maiores obstáculos. Em 1994, o vencedor foi o russo Andrei Derksen, com dezesseis horas e 55 minutos.
No jantar marroquino, as mesas geralmente não ficam preparadas, pois os pratos são trazidos pouco a pouco. Uma empregada ou um membro mais jovem da família (sempre uma mulher) traz uma bacia de metal com sabão no meio, às vezes feito de esculturas artesanais, e água em volta. As mãos são lavadas e uma toalha é oferecida para secá-las. Os marroquinos tem o costume de beber chá verde com hortelã (menta) e açúcar antes e depois da refeição. Agradecem a Deus dizendo "Bismillah". Eles comem primeiramente de um prato comunitário, com a mão direita, o polegar e os dois primeiros dedos. No fim das refeições agradecem novamente dizendo " All Hamdu Lillah" que quer dizer: Graças a Deus, e repetem o ritual de lavar as mãos.

Esportes

No esporte teve como grande astro o atleta Hicham El Guerrouj, o mais rápido meio-fundista de todos os tempos, detentor de três recordes mundiais homologados pela IAAF, 1.500, milha (1609 m) e 2.000 metros.

Fonte: wikipedia

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