"Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham a noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis". Lawrence da Arábia

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Emirados Árabes Unidos الامارات

Os Emirados Árabes Unidos (por vezes grafado erroneamente Emiratos abreviado como EAU; em árabe: دولة الإمارات العربية المتحدة‎, Dawlat al-Imārāt al-‘Arabīyah al-Muttaḥidah) são uma confederação de Estados de grande autonomia, chamados Emirados, situada no sudeste da Península Arábica, no Sudoeste Asiático no Golfo Pérsico. Os Emirados Árabes Unidos fazem fronteira com Omã e com a Arábia Saudita. Os sete emirados são Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah. A capital e segunda maior cidade dos Emirados Árabes Unidos é Abu Dhabi. A cidade também é o centro de atividades políticas, industriais e culturais.

Antes de 1971, os Emirados Árabes Unidos eram conhecidos como Estados da Trégua, em referência a uma trégua do século XIX entre o Reino Unido e vários Xeques Árabes. O nome Costa Pirata também foi utilizado em referência aos emirados que ocupam a região do século XVIII até o início do século XX.

O sistema político dos Emirados Árabes Unidos, baseado na Constituição de 1971, dispõe de vários órgãos ligados intrinsecamente. O Islã é a religião oficial e o idioma árabe, a língua oficial.

Os Emirados Árabes Unidos têm a sexta maior reserva de óleo do mundo e possui uma das mais desenvolvidas economias do Oriente Médio. O país tem, atualmente, a trigésima sexta maior economia a taxas de câmbio de mercado do mundo, e é um dos países mais ricos do mundo por Produto Interno Bruto per capita, com um PIB nominal per capita de US$ 54.607,00 de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O país classifica-se na décima quarta posição em paridade de poder de compra per capita e tem, relativamente, um Índice de Desenvolvimento Humano conisderado 'muito elevado', ocupando o 35º lugar. Os Emirados Árabes Unidos são classificados como tendo uma alta renda de desenvolvimento da economia pelo FMI.

Os Emirados Árabes Unidos são um membro fundador do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo Pérsico, e um membro da Liga Árabe. A nação também é membro da Organização das Nações Unidas, da Organização da Conferência Islâmica, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, e da Organização Mundial do Comércio.

Origens

A habitação humana mais antiga dos Emirados Árabes Unidos data do Período Neolítico, 5500 a.C.. Nesta fase, há provas de interação com o mundo exterior, em particular com civilizações ao norte. Estes contatos persistiram e tornaram-se abrangentes, provavelmente motivados pelo comércio do cobre nas Montanhas Hajar, que teve início por volta de 3000 a.C.. O comércio exterior, recorrente na história desta região estratégica, floresceu também em períodos posteriores, facilitado pela domesticação do camelo.

Por volta do primeiro século d.C., o tráfico terrestre entre a Síria e cidades do sul do Iraque começou, seguido pela viagem marítima ao importante porto de Omana (hoje em dia, chama-se Umm al Qaywayn) e, daí para a Índia, sendo uma alternativa para a rota do Mar Vermelho usada pelos romanos. Pérolas haviam sido exploradas na região durante milênios, mas neste momento, o comércio atingiu novos patamares. Viagens marítimas também foram um esteio e feiras importantes foram feitas em Dibba, trazendo mercadores de regiões longínquas, como por exemplo, a China.

Advento do Islã

A chegada dos enviados do profeta Maomé, em 630, anunciava a conversão da religião para o Islã. Após a morte de Maomé, uma das maiores batalhas das Guerras da Apostasia foi travada em Dibba, resultando na derrota dos não-muçulmanos e o triunfo do Islã na Península Arábica.

Em 637, Julfar (hoje Ras al Khaimah) era uma plataforma para a conquista do Irã. Durante muitos séculos, Julfar tornou-se um porto rico e um centro de pérolas, as quais viajavam por todo o Oceano Índico.

Controle Português

A expansão portuguesa adentro do Oceano Índico, no início do século XVI, seguindo a rota de exploração do navegador Vasco da Gama, presenciou a batalha dos Turco-otomanos pela costa do Golfo Pérsico. Os portugueses controlaram esta área durante cerca de 150 anos, conquistando assim, os habitantes da Península Arábica. Vasco da Gama foi ajudado por Ahmad Ibn Majid, um navegador e cartógrafo árabe de Julfar, a encontrar a rota das especiarias da Ásia.

Domínio Britânico e Otomano

Em seguida, algumas partes da nação caíram perante à influência direta do Império Otomano durante o seculo XVI. Posteriormente, a região ficou conhecida pelos britânicos como a "Costa Pirata", por causa de invasores que ali se concentravam que assediaram o setor marítimo, apesar de tanto navios europeus, quanto árabes patrulharem a área do século XVII ao século XIX. Expedições britânicas para proteger o comércio indiano de invasores de Ras al-Khaimah levaram à campanhas contra estas sedes e outros portos ao longo da costa em 1819. No ano seguinte, um tratado de paz foi assinado, ao qual todos os xeiques aderiram. As invasões continuaram de forma intermitente até 1835, quando os xeiques não concordaram em participar das hostilidades do mar. Em 1853, eles assinaram um tratado com o Reino Unido, sob qual os xeiques (os "Xeiques da Trégua") concordaram com uma "trégua marítima perpétua". O tratado foi executado pelo Reino Unido, porém disputas entre os xeiques foram encaminhadas para os britânicos para uma resolução.

Principalmente em reação à ambição de outros países europeus, o Reino Unido e os Xeiques da Trégua estabeleceram vínculos mais próximos em um tratado, em 1892, semelhante a outros tratados assinados entre o Reino Unido e outros principados do Golfo Pérsico. Os xeiques não concordaram em ceder qualquer território, exceto ao Reino Unido, e não estabelecer relações com qualquer governo estrangeiro, sem que seja o UK, sem seu consentimento. Em troca, os ingleses prometeram proteger a Costa da Trégua de qualquer agressão marítmima e ajudar em caso de ataque terrestre.

A Ascensão e Queda da Indústria de Pérolas

Durante o século XIX e o início do século XX, a indústria de pérolas prosperou, proporcionando renda e emprego para o povo do Golfo Pérsico. Isto começou a se tornar um bom recurso econômico para a população local. Então, a Primeira Guerra Mundial teve um severo impacto na pesca de pérolas, porém foi a depressão econômica no final da década de 1920 e início da década de 1930, junto com a invasão japonesa das pérolas cultivadas, que destruiu a indústria da pérola. A indústria finalmente desapareceu após a Segunda Guerra Mundial, quando o recém-independente governo da Índia impôs altos impostos nas pérolas importadas dos Estados árabes do Golfo Pérsico. O declínio das pérolas resultou em uma era muito difícil, com poucas oportunidades de construir uma boa infra-estrutura.

Início da Era do Petróleo

No início da década de 1930, a primeira empresa petrolífera dos EAU realizou inquéritos preliminares e então, o primeiro carregamento de petróleo bruto foi exportado de Abu Dhabi em 1962. Com o aumento das receitas do petróleo, o Governador de Abu Dhabi, o Xeique Zayed bin Sultan Al Nahyan, empreendeu um programa de construções, construindo escolas, moradias, hospitais e rodovias. Quando as exportações de petróleo de Dubai começaram, em 1969, o Xeique Rashid bin Saeed Al Maktoum, governante de Dubai, de fato, também foi capaz de utilizar as reservas de petróleo para melhorar a qualidade de vida da população.

Em 1955, o Reino Unido ficou ao lado de Abu Dhabi em uma disputa com Omã sobre o Oásis Buraimi, um outro território ao sul. Um acordo em 1974 entre Abu Dhabi e a Arábia Saudita teria resolvido a disputa de fronteiras Abu Dhabi-Saudi; no entanto, o acordo ainda tem de ser ratificado pelo governo dos Emirados Árabes Unidos e não é reconhecido pelo governo Saudita. A fronteira com Omã também permanece, oficialmente, incerta, porém os dois governos concordaram em delinear a fronteira em maio de 1999.

Xeique Zayed e a União

No início da década de 1960, o petróleo foi descoberto em Abu Dhabi, um evento que levou à rápidos rumores de unificação feitos pelos xeiques. O Xeque Zayed bin Sultan Al Nahyan tornou-se governador de Abu Dhabi em 1966 e os britânicos começaram a perder seus investimentos petrolíferos e a contratar empresas petrolíferas estadunidenses. Os britânicos já haviam iniciado um programa de desenvolvimento que ajudou algumas pequenas reformas nos Emirados. Os xeiques dos Emirados decidiram formar um conselho para coordenar as questões entre eles e tomar conta do programa de desenvolvimento. Eles formaram o Conselho dos Estados da Trégua, e nomearam Adi Bitar, o conselheiro legal do Xeique Rashid bin Saeed Al Maktoum, como Secretário-Geral e Conselheiro Legal do Conselho. O conselho acabou quando os Emirados Árabes Unidos foi formado.

Em 1968, o Reino Unido anunciou sua decisão, reafirmada em março de 1971, de dar um fim às relações com os sete Sheikhdoms da Trégua que estiveram, junto a Bahrain e Qatar, sob proteção britânica. Os nove tentaram formar uma união de emirados árabes, porém em meados de 1971 eles ainda eram incapazes de concordar em termos de união, mesmo que as relações britânicas expirariam em dezembro daquele ano. Bahrain tornou-se independente em agosto, e Qatar em setembro de 1971. Quando o tratado britânico-Sheikhdoms da Trégua expirou em 1º de dezembro de 1971, os sete estados que ainda não haviam declarado suas independências acabaram se tornando independentes juntos, como um país único. Os mandantes de Abu Dhabi e Dubai formaram uma união entre seus dois emirados independentes, prepararam uma constituição, e chamaram os mandantes dos outros cinco emirados para uma reunião e ofereceram-lhes uma oportunidade de participar deste novo país. Também foi acordado entre os dois que a constituição seria escrita a 2 de dezembro de 1971. Nesta data, no Palácio Guesthouse de Dubai, quatro outros emirados concordaram em entrar em uma união que se chamaria Emirados Árabes Unidos. Ras al-Khaimah apenas se juntou depois, no início de 1972. A nação imediatamente cooperou com os Estados Unidos, congelando contas ligadas a suspeitos de terrorismo e reprimido fortemente a lavagem de dinheiro.

Em 2 de novembro de 2004, o primeiro presidente dos EAU, Xeique Zayed bin Sultan Al Nahayan, faleceu. Seu filho mais velho, Xeique Khalifa bin Zayed Al Nahyan, sucedeu-o como governador de Abu Dhabi. De acordo com a constituição, o Supremo Conselho de Governadores dos EAU elegeu Khalifa como presidente. O Xeique Mohammad bin Zayed Al Nahyan sucedeu Khalifa como príncipe herdeiro de Abu Dhabi. Em janeiro de 2006, o Xeique Maktoum bin Rashid Al Maktoum, o primeiro-ministro dos EAU e o governador de Dubai, faleceu, e o príncipe herdeiro, o Xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum assumiu seus papéis.

Geografia

Os Emirados Árabes Unidos estão situados no Sudoeste Asiático, fazendo fronteira com o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico, entre Omã e a Arábia Saudita; o país localiza-se em uma posição estratégica ao longo das aproximações do Estreito de Ormuz, um ponto de trânsito vital para o petróleo bruto mundial.

Os EAU situam-se entre 22°50′ e 26° latitude norte e entre 51° e 56°25′ longitude leste. Ela compartilha uma fronteira de 530 km com a Arábia Saudita ao oeste, sul, e sudeste, e uma fronteira de 450 km com Omã ao sudoeste e nordeste. A fronteira terrestre com Qatar na área de Khawr al Udayd é de cerca de 90 km no noroeste; no entanto, é um local disputado. A área total dos EAU é de aproximadamente 77.700 km². O tamanho exato do país é desconhecido, por causa da disputa de diversas ilhas no Golfo Pérsico, também pela falta de informações precisas sobre o tamanho de muitas dessas ilhas, e também porque muitas das fronteiras destas ilhas, especialmente com a Arábia Saudita, continuam a esperar demarcação. Adicionalmente, disputas de ilhas com o Irã e Qatar permanecem por resolver.

O maior emirado, Abu Dhabi, constitui 87% da área total dos EAU (67.340 km²). O menor emirado, Ajman, abrange apenas 259 km², correspondendo a 0,3% da área de todo o país.

O litoral dos EAU se estende por mais de 650 km ao longo da costa sul do Golfo Pérsico. A maior parte da costa consiste de salinas que se estendem do interior. O maior porto natural está em Dubai, embora outros portos tenham sido dragados em Abu Dhabi, Sharjah, e outros. Inúmeras ilhas são encontradas no Golfo Pérsico, e as propriedades de algumas delas têm sido objeto de disputas internacionais com ambos Irã e Qatar. As ilhas menores, bem como muitos recifes de coral e bancos de areia se deslocando, são uma ameaça para a navegação. Fortes marés e tempestades de vento ocasionais complicam ainda mais a navegação próxima à costa.

Demografia

Os Emirados Árabes Unidos consistem de uma federação de sete emirados localizados no Golfo Pérsico, estes são: Abu Dabi, Dubai, Sharjah, Ras Al Khaimah, Umm Al Qwain, Ajman e a Fujairah. Tem fronteira com o Qatar, Arábia Saudita e Oman.

Abu Dabi é o maior dos emirados com 86,7% de toda a área, o menor é Ajman com apenas 0,3% (250km²).

Os povos dos Emirados Árabes Unidos descendem de antigas tribos da Península Árabe. As mulheres dos Emirados são bastante ativas e trabalhadoras, mesmo antes da revolução do petróleo. Ocupam cargos de destaque e sempre trabalharam fora de casa.

A exploração de petróleo atraiu um grande número de estrangeiros para o país, como resultado, menos de 50% da população dos Emirados Árabes são árabes. Há grupos de trabalhadores indianos, paquistaneses, iranianos e sul asiáticos. Interessante é que devido a riqueza do petróleo todos os serviços sociais de educação, transporte e saúde são gratuitos para a população. A educação primária é obrigatória. A maioria é de muçulmanos sunitas, mas há minorias cristãs, hindus e xiitas.

Política

A cada 5 anos o conselho dos emires se reúne para eleger um Presidente e um Vice-presidente entre eles.

Zayed Bin Sultan Al Nahyan, Emir (Príncipe) de Abu Dhabi desde 1966 e líder político da nação desde sua independência, em 1971, foi reeleito sucessivas vezes pelos emires até à sua morte, em 2 de novembro de 2005. Como seu sucessor, assumiu o cargo o seu filho, Khalifa Bin Zayed Al Nahyan, e inclusive foi eleito unanimemente Presidente em 3 de novembro de 2005 para estar à frente do país em eleição realizada entre os emires.

O Vice-presidente do país é Muhammad bin Rashid al-Maktum, Emir de Dubai, que teve seu mandato reafirmado dia 3 de novembro de 2005 em eleição unânime entre os mesmos emires.

Símbolos Nacionais

A bandeira nacional contém as cores Pan-Arábes: vermelho, verde, branco e preto, simbolizando a unidade Arábica. Além disso, as cores individuais tem os seguintes significados: verde: Fertilidade; branco: Neutralidade; preto: a riqueza de petróleo dentro das fronteiras do país.

O brasão de armas (em língua árabe: شعار الإمارات العربية المتحدة) consiste num falcão dourado com um disco em seu interior que mostra a bandeira do país rodeada por sete estrelas representando os sete Emirados da federação. O falcão com as suas garras detém um pergaminho com a inscrição do nome da federação.

O Tahiat Alalam (A'ishi Biladi ou Ishy Bilady: Que a minha Nação viva para a posteridade) é o hino nacional dos Emirados Árabes Unidos, composto por Arif asch-Schaich. É cantado em árabe.

Economia

Baseada no petróleo, uma economia fortíssima. Com isso, os E.A.U. é um dos países mais ricos do mundo. Existem comprovadas reservas de mais de 90 bilhões de barris de petróleo no território. Hoje o turismo também é uma atividade forte na região, principalmente frequentada por estadunidenses.

A principal área comercial de Abu Dhabi com a sede da ADMA-OPCO no centro. A cada dia, os Emirados Árabes Unidos vêm construindo uma sociedade mais desenvolvida. Seja através de investimentos oníricos, como a construção de ilhas artificiais, seja com a construção de uma sociedade mais aberta à diversidade, sendo Dubai o principal emirado em desenvolvimento do país.

Qualquer empreendimento ou lucro é totalmente isento de impostos ou taxas em todo o território nacional, com isso, o país consegue atrair gigantescas somas em investimentos do mundo inteiro, principalmente das grandes economias. O Estado arrecada fundos através de suas estatais, como as empresas de petróleo e como as companhias aéreas Emirates e Al Etihad, adaptando um sistema de arrecadação que lembra aspectos da Suíça e de Mônaco, porém, muito mais intenso e muito mais incentivador.

Fonte: wikipedia

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